sábado, 30 de outubro de 2010

Origens do Halloween


Na Irlanda do século V (a.C), o dia 31 de outubro fazia parte de um conjunto de quatro datas comemorativas do calendário celta que marcava a transição das estações, o período de plantação e colheita, e o ciclo vital da Terra. A primeira data era celebrada no dia 2 de Fevereiro (conhecido como O Dia da Marmota), em honra a deusa da cura Brigith. No mês de maio celebrava-se o Beltane, considerado o dia que iniciava a temporada de semear. Nesta data realizavam-se rituais de fertilidade e prosperidade para incentivar o crescimento da lavoura. A terceira data ocorria em agosto: a festa da colheita em reverência ao deus sol Lugh. Finalmente, no dia 31 de outubro celebrava-se um feriado denominado Samhaim, que marcava o final do ano celta em honra ao deus pagão Samhan (Senhor dos Mortos), também o fim do verão e início do inverno.
A expressão Halloween tem origem na contração errônea da expressão inglesa All Hallows Eve (que significa Dia de Todos os Santos). Esta data foi instituída pelo Papa Bonifácio IV, e era celebrada no dia 13 de maio. Porém, em 835 o Papa Gregório III alterou o Dia de Todos os Santos para o primeiro dia de novembro. Sua intenção era unir as crenças cristãs e pagãs, aproximando as datas comemorativas. Outro objetivo do Papa era apaziguar os conflitos entre esses povos no noroeste europeu. Assim, os cristãos celebravam o dia dos santos falecidos no dia posterior ao rito pagão do Senhor dos Mortos. Desta forma, a expressão Halloween tornou-se sinônimo da celebração pagã de 31 de outubro.
O Samhaim é cercado de mitos e crenças que influenciavam a cultura dos povos europeus desde o período pré-cristão. Nesta data, os Druidas (sacerdotes celtas) reuniam-se e realizavam rituais dançando em torno de uma fogueira e oferecendo o sacrifício de animais. O caldeirão também era utilizado simbolizando o útero, e a abundância da Deusa Mãe.
Neste dia, acreditava-se que todas as relações de tempo e espaço ficavam suspensas, pois o 31 de outubro não pertencia ao ano velho, tampouco ao novo ano que se iniciava. Desta forma, os espíritos desencarnados podiam retornar ao mundo dos vivos e se apossarem dos corpos. Para evitar esta aproximação, era comum apagar todas as tochas e fogueiras das aldeias, de modo que o ambiente ficasse escuro, frio e hostil. Os habitantes vestiam-se com trajes fantasmagóricos e vagavam pelas ruelas em desfiles barulhentos, a fim de amedrontar e espantar os espíritos que procuravam corpos a serem possuídos.
Outro costume da tradição celta, constituía em oferecer alimentos aos espíritos malignos para que estes não interferissem negativamente em suas vidas. Com o passar do tempo esta prática foi modificada, e os alimentos eram dados aos mendigos. Em troca, eles oravam pelas almas dos entes mortos dos aldeões. Na Irlanda, eram organizadas procissões para angariar oferendas dos agricultores. Aqueles que se recusassem, teriam suas colheitas amaldiçoadas pelos espíritos; uma chantagem que originou o Trick or Treat (travessuras ou doces). Quando este costume foi levado pelos imigrantes irlandeses para a Nova Inglaterra (Estados Unidos), as principais travessuras baseavam-se em escrever nos muros das casas e retirar a tranca dos portões.
A partir do século IX, os cristãos europeus adotaram uma prática semelhante denominada Souling. Naquela época, acreditava-se que as almas dos mortos permaneciam um período no limbo, e só alcançariam o reino divino através de muitas orações. Assim, no dia 2 de novembro os cristãos perambulavam pelas vilas oferecendo orações pelas almas dos mortos. Em troca, os familiares davam tortas de pão com groselha chamadas Soul Cakes. Além dos cristãos, os romanos também absorveram influências da religiosidade celta. Mas à medida que a idéia das possessões foi perdendo espaço, o conceito que envolvia a crença foi transformado em uma tradição folclórica.
Atualmente, o Halloween é um evento essencialmente comercial inserido em vários países. Mesmo tendo origem na Europa, sua popularização deve-se principalmente a influência da cultura norte-americana em todo mundo. Em termos mercantis, é uma das datas mais lucrativas, onde existe um crescimento considerável nas vendas de fantasias, máscaras e outros artigos relacionados.

Por Spectrum

A sociedade e o mundo em constante mudança.

Vivemos num Mundo em constante mudança, numa sociedade regida por leis, valores e interesses mutáveis, que condicionam a nossa forma de vida.
Esta mutação de valores e interesses, manifesta-se em transformações politicas, sociais, ideológicas, culturais, científicas, institucionais e até ambientais, ou será caso dizer, e consequentemente ambientais.
Desde sempre o Homem sentiu necessidade de evoluir, estar um passo à frente, e tem com isto decorrido ao longo dos séculos uma evolução progressiva, diria mesmo que lenta, em equilíbrio com o ambiente. No entanto, com a viragem do milénio, acabaríamos por experimentar uma evolução abrupta, essencialmente na área da tecnologia e ciência, que acabaria por levar a exageradas transformações culturais, politicas, ambientais e maioritariamente sociais.
Exemplo disto é a inovação das tecnologias no sector agrícola. Até há pouco tempo atrás, décadas de 70 e 80, a agricultura era de certa forma bastante rudimentar, baseando-se essencialmente no esforço físico humano e de animais, num role de práticas e costumes que está actualmente praticamente extinto, devido a estas inovações. Máquinas e aparatos substituem hoje as mãos e os braços que outrora cultivavam a terra.
Há melhorias? Sim, sem dúvida. É o progresso
Mas há também perdas, principalmente culturais. Vivemos num país com uma forte cultura agrícola, ou melhor, com uma tradição ligada á agricultura, que está agora em vias de extinção, caída no esquecimento do interior, e sugada pelo êxodo rural.
Este avanço das novas tecnologias manifestou-se também na area da ciência, com os avanços da medicina, o aumento do conhecimento sobre a condição humana, assim como se manifestou também na área das comunicações, com inúmeras inovações tecnológicas que permitem novas formas de interacção social.
Ciberespaço, digitalização, Internet, são termos cada vez mais usados na sociedade. Vivemos numa era de cultura digital, onde o e-mail substitui a carta, o telemóvel substitui o aperto de mão, e o bip o olá.
Quem pensaria há 20 anos atrás, em poder fazer uma chamada com imagem digital para o outro lado do mundo? Sequer para o vizinho do lado, e no entanto, hoje é possível, isso e muito mais.
Foram quebradas barreiras geográficas, o que permite uma maior fluidez de hábitos sociais e culturais entre os povos do mundo, que acaba por conduzir a profundas alterações sociais e, obviamente culturais nos mesmos.
A perda de contacto pessoal a que estes novos hábitos conduzem é imensa, e já está entranhada na sociedade. São novas formas de sociabilidade, que por sua vez não chegam a todos, não fossem os factores económicos falar mais alto.
Sim, visto que existe ainda uma faixa social sem capacidade económica para usufruir destas novas tecnologias, sendo assim, de certa forma, arrastada para minorias étnicas, privadas destas novas formas de sociabilidade, e por isso excluídas.
É importante também falar da Internet, a World Wild Web.
O Mundo é hoje bem mais pequeno graças a essa comunidade global, onde se processa uma troca frenética de culturas, onde quase tudo é possível.
No entanto, todos sabemos que a mente humana não pára de nos surpreender, e a Internet veio dar azo a intolerâncias da sociedade, e todo um lado negro se revelou.
Pedofilia, burlas, etc. Rapidamente invadiram todo o sistema, poluindo-o com infindáveis sites , refugiados na segurança do anonimato.
A verdadeira decadência da sociedade.
Se por um lado, caminhamos para uma utopia, por outro lado, mergulhamos na decadência, e a necessidade de alterações politicas é agora gritante, e inevitável.
O Dinheiro faz mover o mundo, e a afluência a esses sites pagos é imensa, o que revela uma sociedade sem escrúpulos, onde os valores são cada vez mais deturpados, visando cada vez mais o factor económico, a qualquer custo.
Tudo por dinheiro, é assim que a máquina funciona.
O Homem nasce, evolui, consome os recursos ambientais à sua volta, como melhor proveito lhe der, e depois muda-se, deixando um rasto de destruição, como se de uma forma de vida parasitica se tratasse.
E é isto que o Homem vem fazendo ao longo das ultimas décadas, pois tanta evolução, tanta necessidade de estar mais á frente tem-se manifestado numa total perda de respeito pelo nosso ambiente, e estamos a degrada-lo a uma velocidade tremenda.
Com isto, surgem mais alterações politico-ideológicas, medidas de prevenção e protecção da natureza, medidas por vezes tardias.
Todos já ouvimos falar no aquecimento global, e no entanto, continua a ser-nos tão alheio, tão problema dos outros.
Poderão tais transformações ambientais ser ignoradas?
É este o mundo em que queremos viver?
E quando já não houver mundo?

"Marco Cameirão"