sexta-feira, 19 de julho de 2013

O "Guito"!

Está lindo isto, está está! Eu tento olhar para o futuro, não muito distante, 5, 10 anos, e não vejo nada além de escuridão e incerteza. Sinto que a minha vida e o meu futuro estão nas mãos de psicopatas e, se pensarem bem, o termo nem sequer é puxado! Vão lá ver ao dicionário o que é um psicopata e constatarão que o parlamento (Português, Europeu...) está cheio deles. Encontrarão coisas do género:
"Psicopata é um individuo clinicamente perverso e que tem personalidade psicopática, distúrbios mentais graves, desvio de carácter, ausência de sentimentos, manipulação, egocentrismo, falta de remorsos e de culpa por actos cruéis .." e paro por aqui, que a lista é longa, para perguntar:
-Qual é a diferença entre matar meia dúzia de pessoas à facada, ou matar 1 milhão de pessoas à fome como consequência de uma política monetária descabida? É o método? Da maneira que a justiça anda embrulhada em semântica, o método faz toda a diferença, tanto que até o resultado parece ser indiferente, um aspecto mínimo na equação judicial. Morreu um milhão, mas isso não é genocídio, chama-se política monetária... chama-se PEC... chama-se Troika... Sim, isto é lógico naquelas cabeças porque, e sejamos gestores políticos por um instante, matar 1 milhão de idosos por falta de medicamentos é altamente rentável para o Estado, porque além de poupar nas comparticipações dos medicamentos, poupa também nas reformas dos idosos que vão deixar de as receber, pois o mais certo é que morram a curto prazo quando têm que optar pela comida ou pelos medicamentos, graças às humilhantes reformas que recebem e que cada vez mais vêm diminuídas. Para as duas coisas o dinheiro já não chega, e todos já ouvimos dizer isto!
Em termos de gestão político-económica é assim que funciona, para embarcar neste Titanic económico, qualquer réstia de humanidade tem que ficar em terra. É, não há espaço para bom senso e sentimentalismos, o progresso e bem estar social calculam-se através dos níveis de transacções  índices económicos, confiança dos investidores, estabilidade dos mercados financeiros... que é um nome bonito que arranjaram para a coisa, mas que devia antes ser "Polvo Financeiro", que aquilo é máfia, só que pior, porque os mafiosos assumem-se como tal! Aqui não, aqui temos gestores e políticos desalmados que, sem serem eleitos por democracia nenhuma, controlam o BCE! Nós ali não temos voto na matéria. Isto está bem explícito no Artigo 130º do Tratado sobre o funcionamento da União Europeia, que diz:
"No exercício dos poderes e no cumprimento das atribuições e deveres (...) o Banco Central Europeu, os bancos centrais nacionais, ou qualquer membro dos respectivos órgãos de decisão, não podem solicitar ou receber instruções das instituições, órgãos ou organismos da união, dos governos dos estados membros, ou de qualquer outra entidade."
Estes Tiranos económicos controlam e manipulam um sistema monetário patético e obsoleto que quase ninguém compreende, o que não é à toa, a complexidade é o trunfo do esquema. Todos aqueles gráficos, percentagens, linguagem quase estrangeira que os bancos utilizam, facilmente demove qualquer um da tentativa de compreender o sistema, e andamos nisto há 100 anos! O sistema monetário tornou-se um paradigma social dado como aceite, mas quase ninguém sabe muito bem porquê, o que se sabe é que isto sempre foi assim por aqui. Este sistema monetário é uma anedota e nem sequer é difícil de perceber. No entanto, é difícil de digerir e aceitar porque, apesar de tudo, o ser humano em geral tende a acreditar na bondade das acções de outras pessoas, sobre tudo na imagem, ultra promovida nos meios de comunicação social, dos nossos queridos políticos, aqueles que nós achamos que elegemos! A lavagem cerebral é de tal ordem que achamos que eles nunca fariam nada que nos pudesse prejudicar, apesar de cada vez mais estarmos acordados para o facto de que eles, no governo, estão é a tratar da vida deles, o que até parece suavizar a situação, mas o que temos que meter na cabeça é que eles, ao puxarem a brasa à sua sardinha, tiram a brasa ao povo, e aí a coisa muda de figura. Esta elite que nos desgoverna são psicopatas que matam de caneta em vez de faca! Vem um todo bonitinho falar à televisão sobre o que nos vai roubar a seguir, embebeda-nos com conversa política e económica... o povo ainda diz "-Fala bem o homem", apesar de não ter percebido um parágrafo do que foi dito, até porque, na realidade, não há ali nada para entender, aquilo é palha para burros, um insulto à inteligência humana! Esclarecimento concreto em linguagem perceptível é nulo, ou quase nulo, e enquanto andamos nesta dança eles fazem o que querem, garantem o futuro deles á custa da incerteza do nosso! Tiram proveito da ignorância do povo, e alimentam-se de um sistema que sabem ter os dias contados.
Vocês já alguma vez pararam para pensar sobre o que é o dinheiro?
A resposta parece óbvia e fácil, mas recomendo uma análise cuidada. O dinheiro actual, na sua forma de dinheiro a juros, tornou-se num produto rentável por si só, em vez de servir como unidade de medida que estabelece o preço dos bens e serviços. É por isto que se tornou moda exportar e comprar dívida pública, porque quem a compra adquire o direito aos juros dessa dívida. Vejamos como é criado o dinheiro, para melhor percebermos este paradigma.
O esquema de produção de moeda até parece mentira, mas é muito simples na verdade. De cada vez que um banco concede crédito, empréstimo, é criada nova moeda na economia! Para quem tiver coragem e paciência para enfrentar semântica torturante, recomendo o livro "Política Monetária e Mercados Financeiros". Apesar de o processo de criação de moeda ser aparentemente complicado, o resultado é muito simples, os bancos criam dinheiro a partir do nada, emprestando dinheiro que não têm, cobrando desde logo os juros do empréstimo que concederam. Os bancos só precisam ter no cofre 2% do valor que vão emprestar. Para emprestarem 100 euros só precisam ter 2 euros no cofre! Bom negócio não? Relembro aqui, oportunamente, que o padrão ouro internacional foi abolido em 1971, ou seja, o dinheiro não é criado com base nas reservas de ouro, é criado com base na procura de crédito e consequente empréstimo e concepção de nova moeda. Além deste aspecto, não esqueçamos que o dinheiro hoje em dia é essencialmente digital! De todo o dinheiro existente em circulação, apenas 2% é "dinheiro vivo", o resto encontra-se na forma de cheques e algarismos informáticos. Lembram-se do que aconteceu no Chipre? Não é à toa que não havia lá dinheiro físico!
Há quem chame a isto Sistema fraccionário bancário, mas eu chamo-lhe esquema manhoso e obsoleto, obsoleto para o povo que é arrastado para a miséria, mas altamente rentável para a elite de banqueiros. Nunca acharam estranho que com toda esta crise, os bancos continuem a ter lucros exorbitantes? Que continuem a dar prémios descabidos aos seus gestores? Compreendem agora as palavras do Sr. Ulrich, ao dizer que o BPI aguenta. Com uma galinha dos ovos de ouro como esta, é claro que aguenta. Enquanto houver depósitos e empréstimos o sistema vai aguentando, mas há sempre alguém que vai ficando de fora, pois é matematicamente impossível que toda a gente consiga pagar as suas dívidas com os respectivos juros, uma vez que o dinheiro dos juros nem sequer existe na economia... É, leste bem, o montante de dinheiro existente na economia, criado através dos empréstimos, somado aos juros que a este estão acoplados  ultrapassa o montante existente em circulação. Para pagar os juros é preciso fazer novos empréstimos que também são afectados pelos juros, que só poderão ser pagos através de novos empréstimos, e assim sucessivamente. Este é um sistema em que é impossível livrarmos-nos da dívida, pois para a pagarmos temos sempre que contrair uma nova! Acham que o FMI está cá para ajudar? Pensem melhor, pois a "ajuda" internacional é uma factura que vai sair cara!
Um outro aspecto importante nesta paródia monetária, é que todo o dinheiro que vai sendo criado e injectado na economia por estes loucos, não é injectado com base na necessidade ou quantidade de bens e serviços, nem muito menos com base nas reservas de ouro como já foi dito. É injectado para pagar as dívidas, o que faz com que o montante de dinheiro em circulação vá aumentando, o que leva a que o dinheiro recentemente criado vá buscar, ou roubar o seu valor ao dinheiro já existente, pois quanto mais dinheiro houver em circulação menos este vale, é como a batata, se houver muita o seu valor baixa! Só que a batata consome-se, o dinheiro não, todo o dinheiro injectado na economia continuará sempre a existir, a desvalorização é garantida! Isto é que é a inflação, a desvalorização do dinheiro, porque este é tratado como um produto! Para que vejam, em 1945, 1,5kg de pão custava 5 tostões! Em 1990 já custava 5 escudos (50 tostões), e actualmente custa 3 euros (600 escudos, 6000 tostões)! Afinal o que é que mudou no pão? Pronto, tem menos sal, porque "eles" estão preocupados com a nossa saúde...
Este sistema é de loucos, gerido por loucos e alimentado por loucos, mas vai acabar mal, porque é um sistema puramente desumano e insustentável  É como o jogo das cadeiras, em que alguém sempre fica de fora cada vez que a música pára, e as cadeiras estão a acabar...
O seu colapso é inevitável!