quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Natureza Humana VS Comportamento Humano

Influência! Todos nós já ouvimos o termo vezes sem conta e, a grande maioria pensa verdadeiramente saber o seu significado, ou como se manifesta, e então vivem agarrados à ideia de que a nossa forma de estar neste mundo, a nossa personalidade, é determinada pela “Natureza Humana”.
Para percebermos o erro inerente a este conceito, precisamos perceber antes de mais que é impossível compreender como funciona a biologia fora do contexto ambiental.
Uma das ideias mais difundidas entre o ser humano, e potencialmente perigosa, é a ideia de que determinado comportamento é genético. Para aqueles que conhecem um pouco de biologia moderna, esta ideia pode conduzir a imensas respostas lógicas, mas, para a grande maioria das pessoas, significa que os genes são coisas (pois na verdade não sabem do que se trata realmente) imutáveis, e que levam a comportamentos inevitáveis, numa espécie de visão determinista da vida! Esta visão, para além de errada e potencialmente perigosa, é prejudicial porque acreditam de tal modo nisto, que pensam que não há nada que possa ser feito para mudar, por exemplo, a predisposição que as pessoas possam ter em se tornar violentas, e acreditam que a única solução é prende-las e/ou puni-las, e então inventam-se leis, como tentativa de resolver problemas que não sabem como resolver. Na verdade, esta linha de pensamento confere o luxo de ignorar o passado e o presente de factores históricos, sociais e económicos, e é o pretexto ideal para ignorar as verdadeiras razões que estão por trás da maioria dos comportamentos aberrantes que hoje vemos, porque a maioria acredita que é algo imutável, que está nos genes, e que não há nada a que possa ser feito para mudar.
Para melhor percebermos o absurdo que é esta linha de pensamento, podemos analisar determinadas doenças e distúrbios que, ainda hoje, são vistas como geneticamente programadas. Existem algumas, é verdade, mas são muito raras e dispersas na sociedade. A maioria das doenças que conhecemos, cardíacas, cancro, reumatismo, doenças auto imunes em geral, assim como distúrbios mentais e vícios, podem ter em nós uma predisposição derivada de um componente genético mas, predisposição, não é o mesmo que predeterminação, conceito este que abala toda a pesquisa feita em torno das causas das doenças no genoma humano!
Por exemplo, em cada 100 mulheres com cancro da mama, apenas 7 possuem os genes que conferem a predisposição para o cancro, 93 não! E em 100 mulheres que possuam este gene, esta predisposição genética, nem todas terão cancro.
É importante perceber papel dos genes nas nossas vidas, e perceber que eles por si só não determinam coisa nenhuma, salvo muito raras excepções. Aquilo que os genes nos conferem na realidade, são formas diferentes de reagir ao ambiente, é uma contribuição genética que define a prontidão, ou forma, com que cada um reage a um determinado desafio ou situação imposta pelo ambiente. Como já foi referido, não podemos analisar biologia, e obviamente genética também, fora do contexto ambiental.
Uma forma simples de perceber isto, é olhando para trás, para as influências a que estivemos sujeitos na nossa infância, influências vindas essencialmente dos pais, que acabam por afectar a nossa expressão genética, ligando e desligando diferentes genes, de modo a que a nossa linha de desenvolvimento seja compatível com o mundo em que vivemos. Para quem quiser, fiquem com esta expressão:
“Filho de peixe sabe nadar”!
Para perceber isto, precisamos familiarizar-nos com o conceito de epigenese, ou efeitos epigenéticos!
Na nova Zelândia, foi realizado um estudo numa cidade chamada Dunedin, estudo esse que envolvia alguns milhares de indivíduos, desde o seu nascimento até aos 20 anos de idade! Um dos resultados deste estudo, foi que conseguiram identificar uma mutação genética, um gene anormal que tem alguma relação com a predisposição para a violência, mas só em indivíduos que foram severamente abusados na infância! Isto é um efeito epigenético.
Uma outra forma interessante de explicar este efeito, ou fenómeno, é através de experiências realizadas em ratos. Existe um gene responsável pela codificação de uma proteína relacionada com a aprendizagem e a memória (OTX2), que nos confere predisposição para a aprendizagem, ou não, não caso do seu défice (facto que devia ser levado muito em conta por muitos professores)! Então, nesta experiência realizada em ratos, foi-lhes retirado esse mesmo gene, de modo a que ele e os seus descendentes não o possuíssem mais, e o resultado obtido, foi que os ratos manifestaram claramente dificuldade em aprendizagem! Com isto remetemo-nos para uma visão fechada deste resultado, que seria “uma base genética para a inteligência”! No entanto, e seguindo esta experiência, verificou-se que se esses ratos, agora geneticamente deficientes, com dificuldade em aprendizagem, forem criados num ambiente mais rico e estimulante do que uma gaiola de laboratório normal, eles superam completamente esse défice, e desenvolvem a capacidade de aprendizagem!
Uma outra questão digna de abordagem, é o estudo, ou entendimento do que são os vícios.
A primeira coisa que as pessoas pensam quando se fala em vícios, é as drogas… no entanto, se procurarmos definir o que é um vício, veremos que vício é todo o comportamento que esteja associado à ânsia por um alivio temporário, com consequências negativas a longo prazo, juntamente com a perda do controlo sobre isso, de modo que a pessoa quer largar o vício, ou promete fazê-lo, mas não consegue! Assim, é fácil perceber que existem muitos mais vícios do que aqueles que estão relacionados com o consumo de drogas, tais como o vício de fazer compras, o vício em comer, o vício no futebol, na Internet, no trabalho, em joguinhos electrónicos, no farmville…
Existe também o vício no poder, aliás, muito exaltado na nossa sociedade. Pessoas que têm poder, mas que querem mais e mais… Pessoas que são viciadas no petróleo, ou pelo menos na riqueza e nos produtos que nos são acessíveis através dele, sem olhar ás consequências negativas que isto tem no meio ambiente. Aparentemente, quanto maior for o dano causado, mais respeitável é o vício, na nossa sociedade actual. O executivo da empresa de tabaco que mostrar mais lucro, irá receber uma recompensa maior. Porém, doenças relacionadas com o fumo do tabaco, matam em média 5 milhões e meio de pessoas por ano. Esse executivo é viciado em quê? Em lucro, e não enfrenta qualquer consequência negativa legal, nem de qualquer outro tipo, proveniente da sua actividade! Na verdade, ele está de tal forma viciado neste lucro, que se recusa a reconhecer o impacto das suas actividades, o que é típico dos viciados, a negação! Vejam os fumadores, quantas vezes já nos ouviram dizer que vamos deixar de fumar, que é quando quisermos, que não somos viciados… Voltando ao vício no lucro, este é considerado respeitável, o lucro a todo o custo, portanto podemos ver que o que é aceitável e respeitável ou não na nossa sociedade, é um fenómeno altamente arbitrário.
Também nesta questão dos vícios, há um mito comum ( uma falácia ) de que as drogas por si só são viciantes, e criou-se a ideia de que proibindo a fonte das drogas, se resolveria o problema da dependência, e então inventámos mais leis… de notar, consumir drogas não é um crime, é um distúrbio!
Se considerarmos o vício no seu sentido mais amplo, já antes demonstrado, veremos que nenhuma substância é por si só viciante, assim como nenhum comportamento é por si só viciante. Nem todos aqueles que bebem um copo de vinho, se tornam alcoólatras. Nem toda a gente é viciada em comer compulsivamente!
O vício é, nada mais, nada menos, que a combinação de um individuo susceptível com as substâncias ou comportamentos potencialmente viciantes, que contribuem depois para o desenvolvimento da dependência.
É exactamente por isto, que a nossa atenção tem que recair sobre a questão da susceptibilidade.
Para entendermos o que pode tornar algumas pessoas susceptíveis ou não, temos que considerar a sua experiência de vida, que não só molda a personalidade das pessoas, como também molda fisicamente os seus cérebros de maneiras muito específicas. Esta experiência de vida, começa no útero!
A partir do momento em que somos um feto, estamos sujeitos a um ambiente, a qualquer informação que chegue até nós através da circulação da mãe, tal como níveis de nutrientes, hormonas… um excelente exemplo disto, é a chamada “Fome Holandesa”.
Em 1944, os nazis ocuparam a Holanda e, por vários motivos, decidiram retirar-lhes a comida e encaminhá-la para a Alemanha. Durante vários meses, o povo de lá ficou faminto, dezenas de milhares morreram à fome. Ora, um feto no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, durante este período de fome, acaba por aprender algo único nesse período, informação do ambiente exterior através da circulação da mãe, e uma mãe faminta, apresenta baixos níveis de nutrientes! Esta informação vai obviamente chegar ao feto, que está a tentar adaptar-se ao ambiente que vai encontrar cá fora! Uma vez que lhe chegam poucos nutrientes, esse feto vai aprender e auto programar-se para ser muito poupado com as gorduras e os açucares, e isto vai ter impacto por toda a sua vida, esta predisposição gerada para armazenar nutrientes! Uns anos mais tarde, e este feto, agora adulto, terá muito mais predisposição, ou propensão, para ter tensão alta, obesidade, entre outros problemas relacionados com o excesso de armazenamento de nutrientes. Isto é um ambiente muito precoce a ter efeitos muito sérios na nossa vida adulta!
O mesmo acontece com mães que foram sujeitas a stress durante a gravidez. Um estudo Britânico, mostra que mulheres abusadas durante a gravidez, têm um nível maior de hormonas (cortisol) nas suas placentas durante o parto, e os seus filhos são mais propensos a condições que os tornarão predispostos a vícios por volta dos 8 anos. Não há dúvidas de que o pré-natal tem um enorme impacto no desenvolvimento do ser humano, isto porque durante esse período, o seu desenvolvimento é moldado também pelo ambiente social e psicológico, ou seja, a biologia dos seres humanos é muito afectada e programada pelas experiências dentro do útero.
Também sobre esta questão do ambiente como factor de mutação no desenvolvimento humano, particularmente no desenvolvimento do cérebro humano, não podemos esquecer um aspecto extremamente importante, o facto de que este desenvolvimento continua a ocorrer sob o impacto do ambiente, também após o nascimento. Para clarificar esta ideia, se nos compararmos ao cavalo, que consegue correr logo no primeiro dia de vida, verificamos que nós, humanos, quando nascemos, somos pouco desenvolvidos, mesmo a nível cerebral. Só por volta dos dois anos de idade, é que conseguimos reunir tanta coordenação neurológica, equilíbrio, e força muscular, e isto deve-se ao simples facto de que no cavalo, todo o desenvolvimento cerebral acontece dentro do útero e, no nosso caso não. Parte do nosso desenvolvimento cerebral, acontece já fora do útero. Isto tem a ver com simples lógica evolutiva, pois conforme a cabeça cresce, desenvolve-se o cérebro anterior, que nos caracteriza como espécie humana, ao mesmo tempo que aprendemos a andar em duas pernas, o que leva a um estreitamento da pélvis, para possibilitar, ou facilitar a locomoção, e, assim, ficamos então com uma pélvis mais estreita, uma cabeça maior! Pois é, é verdade, temos que nascer prematuros, pois se o desenvolvimento fosse completo dentro do útero, seria impossível o parto, e a gravidez seria insustentável!
Então, já vimos que a maior parte do desenvolvimento cerebral humano ocorre fora do útero, sob o impacto directo do ambiente exterior, e é deste ambiente que vai recolher estímulos que vão moldar o desenvolvimento do cérebro.
O conceito de Darwinismo neural, defende que os circuitos que recebem do meio ambiente informação apropriada, vão desenvolver-se da melhor forma, e os que não receberem, vão desenvolver-se mal, ou nem se desenvolverão. Por exemplo, se colocarmos, à nascença, um bebe com olhos perfeitamente funcionais dentro de um quarto escuro durante 5 anos, ele vai ficar cego para o resto da vida, uma vez que os circuitos de visão requerem luz para se desenvolverem, e sem esta luz, até mesmo os circuitos mais básicos, presentes e activos na criança aquando do nascimento, vão atrofiar e morrer, e novos não vão aparecer.
Todos nós, a dada altura, já percebemos que não temos memórias anteriores aos 18 meses de idade sensivelmente, e isto deve-se a um facto muito simples. O hipocampo, estrutura cerebral que codifica as lembranças, só começa a desenvolver-se após os 18 meses de idade, e só acaba o seu desenvolvimento muito mais tarde. Estas lembranças, representam a memória explicita, pois são a recordação de factos, detalhes, episodeos e circunstâncias. No entanto, existe outro tipo de memória, a memória implícita, que é uma memória emocional, na qual o impacto emocional e a interpretação do bebé das experiências emocionais é impregnada no cérebro, na forma de circuitos nervosos prontos a disparar sem uma recordação específica. Um bom exemplo disto, são as pessoas que foram adoptadas, pois muitas vezes sentem por toda a vida um sentimento de rejeição. Elas não se recordam da adopção nem da separação da mãe biológica, pois não há como recordar, mas a memória emocional da rejeição e separação fica profundamente enraizada nos seus cérebros. O que vemos mais tarde, é que elas são mais propensas a uma reacção emocional mais intensa quando rejeitadas, do que outras pessoas. Isto não vale, como é evidente, só para quem foi adoptado, mas tem um efeito particularmente forte nestas pessoas, devido a esta memória implícita.
No caso dos bebés prematuros, que muitas vezes vemos em incubadoras, sabe-se já que se forem acariciadas nas costas durante 10 minutos por dia, isto estimula o desenvolvimento cerebral. Portanto, podemos ver o quão importante é o toque humano, e logo, o afecto assim demonstrado.
Na sociedade há uma infeliz tendência para dizer aos pais para não segurarem os seus filhos, para não os abraçarem quando choram, por medo de mimá-los, ou como forma de os encorajar a dormir durante a noite, e, na verdade, este concelho é exactamente o oposto do que a criança precisa. Na realidade, o que acontece é que a criança até pode acabar por adormecer, não porque percebeu, mas pelo cansaço, porque desiste, e o seu cérebro desliga como forma de proteger da sua vulnerabilidade de ser abandonado pelos pais. No entanto, o que vai ficar gravado nas suas memórias implícitas, é que ninguém quer saber dela, pois essa é a sua natural interpretação dessa sua emoção.
De certo modo, existe um mecanismo de passagem de informação aos filhos que é inerente aos pais e, quase que inconscientemente, essa informação é passada na forma de emoções e estímulos, ou porque estamos deprimidos, ou zangados, ou alegres, tudo isto tem um poderoso efeito programador no desenvolvimento da criança. Isto é sensibilidade prematura, e é presente em muitas outras espécies, até mesmo em plantas. Trata-se de um processo prematuro de adaptação ao tipo de ambiente em que se estão a desenvolver. No caso dos humanos, essa adaptação é á qualidade das relações humanas. Então, a criança vai recolher como que uma “prova” do tipo de mundo em que vai crescer. Irá crescer numa sociedade onde precisa lutar para conseguir algo, onde tem que estar alerta, cuidar de si mesmo, aprender a não confiar nos outros?
Ou irá crescer numa sociedade onde depende da reciprocidade, da mutualidade, cooperação, onde a empatia é importante, onde a sua segurança depende de boas relações com outras pessoas? Precisará então de um desenvolvimento emocional e cognitivo muito diferente, e com isto devemos levar algo em conta.
Durante a infância, basicamente, duas coisas podem correr mal.
Uma, é quando acontecem coisas que não deviam acontecer, outra, é quando coisas que deviam acontecer, não acontecem.
Na primeira categoria, estão as experiências dramáticas, o abuso e o abandono.
Na segunda, está a atenção dos pais, tranquila e equilibrada, que todas as crianças necessitam, mas que nem todas recebem. Estas crianças não são abusadas, mas a presença estimulante de pais emocionalmente dispostos, simplesmente não está disponível para elas, por causa do stress social e familiar.
O psicólogo Allan Shore chama a isto “abandono próximo”, em que os pais são fisicamente presentes, mas emocionalmente ausentes.
Como já foi dito antes, nada pode ser compreendido isoladamente do seu ambiente. O termo cientifico moderno para isto é “Natureza Bio Psico Social” do desenvolvimento humano, em que vemos como a biologia dos seres humanos depende muito da interacção com o ambiente social e psicológico. Uma outra expressão para isto, utilizada pelo psiquiatra e investigador Daniel Siegel, da UCLA, é “Neurobiologia Interpessoal”. Esta interacção com o ambiente social e psicológico, ocorre em primeiro lugar com os pais, em segundo lugar com as pessoas importantes na nossa vida, e em terceiro lugar, com a nossa sociedade em geral. De notar, que isto ocorre especialmente durante o desenvolvimento do nosso cérebro, quando estamos vulneráveis, mas também vale para adultos e idosos.
Reflexo disto, são a maioria dos criminosos na sociedade. A grande maioria deles, foram vitimas de grandes traumas infantis, experiências emocionais de um nível incalculável, como sobreviver á tentativa de homicídio por parte dos pais… ou ter assistido à morte traumática dos pais. Este tipo de situações deixa marcas profundas numa criança, e, na maioria dos casos, acaba por se manifestar, mais tarde, também num comportamento agressivo e violento.
Os seres humanos, já viveram em quase todo o tipo de sociedades, essencialmente sociedades de caça e colecta, verdadeiramente igualitárias, com base na divisão de alimentos e troca de presentes, e foi assim que passaram a maior parte da sua história. Como consequência desta igualdade, temos obviamente uma sociedade com menos violência. Grupos organizados de violência, era coisa que não aconteceria naquele período da história, e com isto eu pergunto:
Onde é que foi que errámos?
A violência não é universal, não é simetricamente distribuída entre o ser humano. Há enormes variações no nível de violência em diferentes sociedades. Há sociedades praticamente sem violência, como os Amish, enquanto outras são auto destrutivas. É nestas sociedades que o ser humano recolhe influências teológicas, metafísicas, linguísticas, etc.… por exemplo, a USA, é uma das sociedades mais individualistas e, tal como o capitalismo, é um sistema que permite ao homem subir cada vez mais alto numa pirâmide em potencial, mas, a questão é que isto surge com cada vez menos segurança.
Por definição, quanto mais estratificada for a sociedade, menos pessoas se tem como par em relacionamentos verdadeiramente recíprocos e simétricos. Em vez disso, temos apenas posições diferentes, e hierarquias infindáveis. Um mundo com menos parceiros recíprocos, é um mundo com menos altruísmo.
Portanto, numa sociedade baseada na competição e, muitas vezes, na exploração implacável de um ser humano por outro, o acto de lucrar com os problemas alheios e, muitas vezes, a criação de problemas com o propósito de obter lucro, é um comportamento que a ideologia dominante muitas vezes justifica apelando a uma natureza humana fundamental e imutável. Assim, o mito na nossa sociedade, é que as pessoas são competitivas por natureza, e que são más, individualistas e egoístas.
A verdadeira realidade, é o oposto!
A única forma de falar concretamente sobre natureza humana, é reconhecendo que há certas necessidades humanas. Temos a necessidade humana de companheirismo e contacto intimo, de sermos amados e respeitados, de sermos vistos, aceites e recebidos por aquilo que somos. Se essas necessidades são atendidas, evoluímos para pessoas compassivas, cooperativas e empáticas para com os outros. Então, o oposto, que cada mais vemos na sociedade, é, na realidade, uma distorção da natureza humana, precisamente porque tão poucos têm as suas necessidades atendidas.
Portanto sim, podemos falar de natureza humana, mas apenas no sentido de necessidades humanas, que levam a certos traços de personalidade se forem atendidas, e a um diferente conjunto de traços, se forem negadas!

A escolha é sua... É uma escolha entre medo e amor!


From Zeitgeist Moving Forward

http://www.youtube.com/watch?v=-LspMPfgpGM

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O QUE ESCONDE O EURO

Pensamos ter "dinheiro nosso" na mão quando seguramos uma nota de Euros. Porém, não é "nosso", nem sequer dinheiro. O dinheiro só o foi verdadeiramente enquanto o seu valor correspondia a um metal, normalmente Ouro. Estávamos então na moeda padrão-ouro.
Hoje o dinheiro em papel é apenas uma emissão de notas promissoras de pagamento, que uns transmitem a outros. O seu valor depende da nossa aceitação. Ora, as notas de Euro, embora cheias de símbolos de organizações secretas, nada nos dizem quanto a quem nos devemos dirigir para trocar estes "papelinhos de promessas" por dinheiro (ou seja, ouro). E a verdade é que todo o sistema assenta no seguinte: a moeda actualmente em circulação chama-se fiduciária, fidus de confiança, a confiança de que poderemos trocar essas notas e moedas por Ouro numa qualquer instituição bancária.
Antigamente, as notas ainda diziam que prometiam pagar ao portador uma certa quantia em ouro. Hoje já não prometem nada. Apenas valem, porque as passamos uns aos outros, na esperança de que o próximo as aceite.
Fala-se muito em reservas de ouro, para tranquilizar os preocupados, mas é provável que esse ouro já não exista.

Senão vejamos: as reservas de ouro dos Estados Unidos da América, oficialmente são 8.133,5 toneladas. Como esta nação se endividada por hora em mais de 800 milhões de dólares acima do que produz e já tem uma dívida de triliões de dólares, facilmente se conclui que o seu ouro é fumo de um império falido. A sua venda apenas sustentaria alguns dias dos custos da sua máquina de guerra e nada resolveria.
A República Federal Alemã, grande campeã em sustentar outros, possui, oficialmente, uma reserva de 3.417 toneladas de ouro. Trata-se do resultado do seu grande esforço no pós-guerra em reerguer um país e garantir a cobertura do Marco Alemão. O que, porém, a maioria dos alemães não sabe, é que foram obrigados pelos aliados vencedores a depositar o ouro alemão nos Estados Unidos da América. Estiveram durante décadas em Fort Knox e passaram, há poucos anos, para os subterrâneos de uma das Torres Gémeas de Nova Iorque. Com a queda das torres, estranhamente, também desapareceu o ouro alemão. Mesmo danificado ainda lá deveria estar. Porém nada se encontrou! (Supõe-se que tenha sido levado, por caravanas, para as grutas do Pamir). Silverstein, o arrendatário do World Trade Center, conseguiu duplicar o valor da apólice de seguro das torres antes da demolição das mesmas…
Resta-nos a França.
A França tem, oficialmente, uma reserva de 2.622,3 toneladas de ouro, estranhamente depositado durante a Guerra-fria, nos Estados Unidos da América. Quando DeGaulle quis levar de volta para a França o ouro da Nação Francesa, foi militarmente impedido pelos americanos. A ruptura entre os EUA e a França foi tal que a França saiu da NATO, mas os americanos ficaram com o ouro francês!

Então onde é que está a cobertura do Euro?
Itália tem uma reserva oficial de 2.451,8 toneladas de ouro, mas não dizem onde está. Consta que também foram para o Fort Knox, nos Estados Unidos (estranhamente também consta que Fort Knox já foi esvaziado).

Portugal entrou na UE com as suas reservas de ouro. A "pesada herança" dos governos de Salazar e Caetano, deixaram um país sem hipotecas, que não devia a ninguém e possuía o seu Escudo, então a 6ª moeda mais forte do mundo. A sua constante garantia estava na cobertura em ouro das notas emitidas: 866 toneladas de ouro, nos cofres do Banco de Portugal. Pelas últimas informações, restam apenas 382,6 toneladas e não se menciona se estão hipotecadas ou não. Seja como for, certamente não é no ouro português que se apoia a cobertura do Euro.
Encontramos pequenas letras nas notas do Euro que nos dão que pensar. Antes do número em cada nota, encontra-se uma letra. Nada nos disseram, mas esta indica o país onda a nota foi emitida. Assim temos:
- A letra, indicando a emissão na Áustria, o "N".
- A da Bélgica, o "Z".
- A da Finlândia, o "L".
- A da França, o "U".
- A da Alemanha, o "X".
- A da Grécia, o "Y".
- A da Irlanda, o "T".
- A da Itália, o "S".
- A do Luxemburgo, o "R".
- A da Holanda, o "P".
- A da Espanha, o "V".
- E a de Portugal, o "M".

Com estas indicações, podemos saber facilmente o país de origem da emissão das notas de Euro, que passam pelas nossas mãos.
O que, porém, também não nos indicaram, é o facto de nem todos os países puderem emitir todos os tipos de notas. Assim, por exemplo, não se deu o direito a Portugal de emitir notas de 200 Euros e de 500 Euros. A Espanha, porém, já é considerada membro com peso suficiente para as poder emitir.
Uma "união" que se compõe de membros de 1ª, 2ª ou até de 3ª categoria, não é união nenhuma, mas apenas um comboio de diferentes classes. Não é a 2ª ou a 3ª classe que decide para onde vai e em que velocidade, mas sim o "maquinista".
A nossa locomotiva, porém, não está em mãos europeias, parece ter sido tomada por associações secretas, de interesses globais, não europeus. E com isto devo dizer duas coisas:

A Alemanha, não se encontra em mãos alemãs ou europeias, mas ainda debaixo da Comissão de controlo americana, que a trata como território ocupado e vassalo. Na realidade, a ausência de um Tratado de Paz e a ilegalidade da instalação de um regime em território de outrem, significa que o Reich continua a existir (facto reconhecido pelas mais altas instâncias jurídicas da RFA!). A RFA não é a Alemanha, nem geográfica, nem política, nem juridicamente.
A entrada de Chipre e da Turquia são um passo no sentido de abarcar o Estado de Israel na União Europeia o qual apresentou a sua candidatura, através de Berlusconi, que chefia um lobby neste sentido. A lavagem cerebral das massas europeias já foi devidamente preparada para a NOVA EUROPA, com capital em Jerusalém. Há anos que Israel faz parte do Festival da canção Europeia. Também faz parte dos Campeonatos de Futebol, dos de Andebol e de Equitação Europeus. Como também se torna visível o plano de expulsão dos Palestinos e da tomada do Líbano (o que impõe a prévia queda do Iraque e da Síria), para o Grande Israel se tornar Estado vizinho da Turquia e, assim, geograficamente, se juntar à NOVA EUROPA

Quando se diz que culturalmente Israel estará mais ligado à Europa do que ao Médio Oriente como razão para justificar a sua entrada na Europa, então também devíamos deixar entrar a Austrália e o Canadá, onde também isso ainda mais se verifica.

Voltando às notas do Euro, elas mostram umas letrinhas, começando com "BCE". Trata-se da indicação do Banco Central Europeu, traduzido em diversas línguas. As próprias notas estão copyrighted (procurem o © na nota) a seu favor pelo que essa é a razão pela qual não a podem copiar. A nota, propriedade intelectual?
Por outro lado, observem o seguinte... Os 12 países da UE sujeitaram-se à "Moeda Única". As notas são iguais para todos. Porém, cada país mantém o direito de criar uma das faces das moedas. Mesmo nestas faces nacionais foi imposto a "argola com estrelinhas da U.E.", como cercadura. Enquanto uns países escolheram como centro monumentos ou poetas célebres, Portugal optou por colocar o selo rodado de D. Afonso Henriques, os 7 castelos e os 5 escudos com as chagas de Cristo, como símbolo nacional.

O Presidente do BCE, o holandês Wim Duisenberg de grande prestígio internacional, não concordou com o que estava a acontecer à Europa. Tirou as suas consequências, saiu do seu posto, e deu uma entrevista a um redactor dum jornal britânico. Dias depois, este último, foi encontrado morto na cama (na Grã-Bretanha) e o corpo do ex-presidente do BCE foi encontrado a boiar numa piscina, em França. Desnecessário será dizer que o artigo da entrevista nunca viu a luz do dia…
Mesmo assim, são cada vez mais as vozes que, abertamente, proclamam ser o Euro uma aberração e apenas servir como degrau para a instalação dum Governo Único Mundial , como aliás também o é o AMERO, nome da futura moeda que se pretende adoptar para o conjunto da North American Union (Canada-EUA-México).
Diversos jornais austríacos, suíços e alemães, publicaram recentemente um grande anúncio de conferências sobre esta temática, a realizar em breve. O palestrante principal é o conhecido Professor Universitário, Prof. Dr. Wilhelm Hankel. Trata-se do ex-presidente do Banco do Estado de Hessen, Chefe do Gabinete "Dinheiro e Créditos" do Ministério do Comércio da República Federal Alemã, e actualmente Professor para Desenvolvimento e Política Financeira da Universidade de Frankfurt am Main. O título dado às suas palestras próximas é: "A Europa está sem Futuro com o Euro: Proposta para a reintrodução das moedas nacionais".

Felizmente, Portugal guardou todas as suas moedas do Escudo. Estão a ser guardadas, por forças militares. A RFA quis vender a Portugal máquinas destruidores de moedas. Portugal não as comprou! A RFA até propôs oferecer a Portugal algumas destas máquinas! Portugal não aceitou! Enquanto nas grandes cidades alemãs se podia andar de graça nos carros eléctricos, que continham máquinas que trocavam os marcos alemães (introduzidas pela Comissão de Controlo dos Aliados, vencedores de uma guerra que ainda não obteve Tratado de Paz), recolhiam-se em Portugal os escudos para os guardar em local secreto.
7) Por outro lado, a grande maioria dos media europeus mantém-se calada em relação ao aparecimento de formas de pagamento regionais, dentro da zona do Euro. O jornal suíço “ZEIT-FRAGEN” (edição de 15 de Dezembro 2008, 16º ano, nº 51), porém, dedicou as suas primeiras duas páginas exclusivamente a este assunto.
Informa que já existem em circulação 16 moedas regionais, e com crescente aceitação por parte das populações.

Os benefícios regionais são de tal ordem, que, facilmente, podem substituir o Euro, quando tal for considerado conveniente.
Por exemplo, as cédulas, também consideradas vales, denominadas “CHIEM-GAUER “, que de momento já existem em 640 estabelecimentos comerciais nesta zona da Alta Bavária, que aderiram aos pagamentos em notas de Chiemgauer.
 
Os “Chiemgauer são vales regionais, emitidos com a classificação: “Vereins-interner Régio-Gutschein”, ou seja, vales internos de uma associação regional. São emitidos nos valores de 1, 2, 5, 10, 20 e 50 Chiemgauer, atribuindo-se a cada Chiemgauer o valor de um euro.
O Governo Alemão Federal não sabe o que deve fazer. Se proíbe a circulação, tem parte da população bávara contra si, o que é politicamente inconveniente. Se permite a sua circulação, age contra ordens secretas de Bruxelas, que, preferivelmente não são mencionadas em público. Como a circulação dos Chiemgauer, é “apenas” de três milhões de euros por ano, consideram que o assunto não requer especiais cuidados.
Onde está a diferença entre o Chiemgauer e o Euro? A associação que emite o Chiemgauer assume o dever de reaceitar estes vales e de os pagar em euros. Nos euros, porém, ninguém assume responsabilidade de nada!
A troca de Chiemgauer por euros tem, porém, um grande senão! Sofre uma desvalorização de 5%. Assim, quem tiver 100 Chiemgauer, que só têm validade na região do Chiemgau, vai ter de os gastar nesta região, para não perder os tais 5%. Não faz sentido levá-los para fora, pois não possuem valor e para os cambiar em euros perdem-se 5%. Com este sistema, levantou-se a Alemanha nos anos trinta, causando náuseas aos banqueiros globalistas, que não têm assim qualquer lucro.
Com a circulação do Chiemgauer, fica o dinheiro na região, circulando do padeiro para o sapateiro e deste para outro trabalhador, que, de novo, o gasta no talho ou qualquer outro comércio da vila. Para evitar que alguém acumule esta riqueza criada pela força do trabalho real, limitou-se a sua circulação pelo espaço de três meses, datando todos os vales. Assim, os mesmos têm de ser gastos ou trocados, neste último caso com uma perda de 5%.
A aberração de tudo isto torna-se cada vez mais clara, quando se nota que tudo está montado de acordo com o sistema soviético, com comissários não directamente eleitos, que não são responsabilizados pelos seus actos perante ninguém.
Com o derrube das fronteiras, propagou-se a instabilidade social, com consequências dramáticas. E com a desculpa de por termo às mesmas, prepara-se agora um assalto estatal aos cidadãos, através da utilização das notas do Euro.
Em início de Outubro de 2008, lançou-se uma operação surpresa na maioria dos aeroportos alemães, inspeccionando-se os passageiros (obrigando muitos a despirem-se até), para verificar quanto dinheiro levavam consigo. Tinha surgido uma directiva de Bruxelas e ninguém deve andar com mais de 7000 Euros. Todas as quantias superiores a esta foram confiscadas até que os seus possuidores pudessem explicar a origem do dinheiro e a razão para andarem com ele. Os comissários de Bruxelas querem o controlo orwelliano sobre a circulação do dinheiro. Com a desculpa de procurarem dinheiro de droga ou de lavagem de dinheiro, metem as suas mãos sujas nos bolsos dos cidadãos e no dinheiro deles, produto do seu trabalho e que ao "insectóides" nada diz respeito.
Semanas antes mandaram parar 5000 viaturas numa estrada muito movimentada em França e examinaram o conteúdo das mesmas, à procura de tudo o que fosse ilegal, incluindo qualquer quantia de dinheiro considerada suspeita. O montante máximo permitido era o de 7000 Euros. Porém, quando alguém vestido com calças de ganga e sapatos de ténis tinha na sua posse quantias inferiores, confiscaram as mesmas para os obrigar a provar a sua origem, dado que a mesma lhes parecia "suspeita".
Para verem até onde vai o controle, está em discussão a criação de novas notas de 200 e de 500 Euros, com a implantação de um chip que faz apitar a sua presença em detectores especiais, que se tencionam instalar em estações ferroviárias, portos e aeroportos.

E a propósito de controlo, vejam as novas medidas “transparentes” da União Europeia, que declararam o défice Português em 8,6%, e não nos 7,3% previstos…
O FMI, não passa de mais uma dívida que o país já endividado vai contrair.




 Fontes:
http://www.zeitgeistportugal.org/capitulo/index.php?option=com_kunena&func=view&catid=16&id=8243&Itemid=56

Mais informação:
www.insurancejournal.com/news/national/2004/12/07/48289.htm

www.forbes.com/2003/09/11/cx_da_0911silverstein_print.html

video.google.com/videoplay?docid=-7750532340306101329#

video.google.com/videoplay?docid=-775053...-4779078755753451581

www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?p...ERV&detail=1-060

www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?p...//EN&language=LV

oglobo.globo.com/economia/mat/2010/12/03...roximo-923181965.asp

www.dr-hankel.de/

www.zeit-fragen.ch/

www.chiemgauer.info/

www.regiogeld.de/

www.fleur-de-coin.com/eurocoins/rfid.asp

www.eetimes.com/electronics-news/4164053...d-RFID-chips-by-2005

news.cnet.com/2100-1017-1009155.html

sexta-feira, 25 de março de 2011

Movimento Zeitgeist

O Movimento

O Movimento Zeitgeist não é um movimento político, nem tão-pouco reconhece nações, governos, raças, religiões, credos ou classes. Estas distinções são incoerentes e obsoletas, estando longe de serem factores positivos para o verdadeiro desenvolvimento e potencial humano. As suas bases assentam na divisão de poder e na estratificação, não na igualdade e união, que são os nossos objectivos. Se é importante perceber que tudo na vida é o resultado de um progresso natural, devemos também reconhecer que a espécie humana tem a capacidade de reduzir drasticamente ou paralisar este progresso, através de estruturas sociais obsoletas, dogmáticas e, consequentemente, desalinhadas da própria natureza. O mundo a que assistimos hoje, repleto de guerra, corrupção, elitismo, poluição, pobreza, doenças epidémicas, abusos dos direitos humanos, desigualdade e crime é o resultado dessa mesma paralisia social.
O movimento prossegue a consciência, advogando desta maneira uma evolução fluida e progressiva, tanto a nível pessoal, como social, tecnológico e espiritual. Ele reconhece que a espécie humana caminha naturalmente para a unificação, com base num entendimento comum e empírico de como a natureza funciona e, de como nós, humanos, fazemos parte integrante deste processo a que chamamos "vida". Embora este caminho exista, ele encontra-se infelizmente obstruído e ignorado pela maioria populacional humana, os quais continuam a perpetuar modos de conduta e associações antiquadas e degenerativas. É esta irrelevância intelectual que o Movimento Zeitgeist espera ultrapassar graças à educação e à acção social.
O objectivo é rever a sociedade de hoje de acordo com os conhecimentos actuais, não só fomentando a consciência quanto às possibilidades tecnológicas e sociais existentes, para as quais muitos foram condicionados a pensar serem "impossíveis" ou contra a "natureza humana", mas também providenciar um caminho para ultrapassar estes elementos perpetuados por um sistema de sociedade obsoleto.
É importante, antes de mais, salientar que muitas das ideias deste movimento derivam do "Projecto Vénus", dirigido pelo engenheiro social e designer industrial, Jacque Fresco. Este último trabalhou durante grande parte da sua vida a criar os instrumentos necessários para redesenhar um mundo no qual se erradicaria a guerra, a pobreza, o crime, a estratificação social e a corrupção. As suas noções não são nem radicais nem complexas. Elas não impõem uma interpretação subjectiva para a sua formação. Assim sendo, a sociedade imergiria enquanto reflexo da natureza, com as suas variáveis já inerentemente predeterminadas.
O movimento não é uma construção centralizada.
Não existimos para liderar, mas para organizar e educar.

O Que Advogamos

Resumidamente descrevendo o movimento em 10 pontos, o mesmo:
1) Reconhece que a nossa conduta actual no planeta é simplesmente insustentável e advoga a transição para um novo sistema apelidado de Economia Baseada em Recursos;
 
2) Reconhece que, através do uso humano da tecnologia, temos a possibilidade de providenciar muito mais recursos em abundância para todas as pessoas do planeta, criando assim um sistema de acesso em vez de um sistema de propriedade e dinheiro;
 
3) Reconhece que o nosso modelo actual de emprego encontra-se obsoleto e desalinhado com a realidade tecnológica de hoje, encontrando-se assim impotente face ao problema do desemprego tecnológico. Advogamos o uso de automatização na produção de bens e serviços, removendo onde for possível a necessidade de mão de obra humana, maximizando a eficiência e eliminando assim trabalhos monótonos e repetitivos, para permitir que o ser humano persiga aquilo que mais desejar;
 
4) Reconhece que a sociedade deverá possuir uma relação simbiótica com a natureza de maneira a se tornar sustentável e, deverá atingir e manter um equilíbrio ecológico vivendo em harmonia com o planeta e não contra ele;
 
5) Reconhece nada mais nada menos que uma mudança completa na forma como operamos este planeta; hoje é um factor crucial se desejamos evitar o colapso social numa escala global;
 
6) O Movimento deseja remover e transcender as condições necessárias para a existência de governos e leis, focando-se em tratar as raízes dos nossos problemas sociais e ajustando o ambiente de maneira a que tais comportamentos aberrantes e necessidades não se materializem;
 
7) O Movimento advoga a utilização do método científico para questões sociais e ambientais, chegando às decisões baseando-se em dados estatísticos e lógica direccionada para a maximização de eficiência em operações técnicas, em vez de opiniões baseadas em interesse próprio ou nacional por parte de políticos ou empresários;
 
8) O Movimento é primariamente um movimento social, defendendo um sistema que encoraja a colaboração em vez de competição e, que seja baseado em união e igualdade por design.
 
9) O Movimento não é uma instituição ou organização política e, como está estruturado em volta de projectos e objectivos, opera sem líderes ou hierarquia.
 
10) O objectivo do Movimento é iniciar uma transição para uma Economia Baseada em Recursos, através da difusão de conteúdo, criando assim consciência social em massa sobre o conceito.
 
 
Conceitos

Sinopse

A fluidez da mudança social só pode materializar-se se duas condições estiverem reunidas:
1) Primeira: O sistema de valores humanos, que consiste nos nossos conceitos e crenças, deve ser actualizado e modificado através da educação e de uma minuciosa introspecção.
2) Segunda: O ambiente em torno desse sistema de valores deve mudar para apoiar a nova visão do mundo. A interacção entre um sistema de valores da pessoa e o seu ambiente é o factor que influencia o comportamento humano.
Por exemplo, na nossa cultura, a "ética" é sempre uma questão muito relativa, pois o nosso sistema social promove e recompensa, a competição e o interesse individual. Esta perspectiva não "leva" apenas a um comportamento aberrante... ela cria-o directamente. A corrupção é a norma na nossa sociedade e muitas pessoas não vêem isto, pois, uma vez que a sociedade apoia este comportamento, considera-se correcto e normal... ou, como uma questão de grau.
Considerada esta perspectiva, existe uma falácia que surgiu onde certos grupos são considerados "corruptos" e onde tudo o resto é "bom". Esta é a velha visão do mundo "nós e eles" que não tem base empírica, pois, novamente, trata-se de uma questão de grau.
Por exemplo, existe um grande movimento de pessoas que constantemente fala sobre "A Nova Ordem Mundial", reforçando a noção que há uma elite a tentar dominar o mundo há muito tempo, manipulando também a sociedade de várias formas para prosseguir com os seus objectivos.
Isto, naturalmente, é verdade, até certo. Mas, a falha no conhecimento é que este "grupo" não é de todo um grupo. É uma tendência.
Se se retirassem todas as pessoas do topo que estão comprometidas no jogo de governação mundial, seria simplesmente uma questão de tempo até que um outro grupo se intensificasse na mesma ambição. Portanto, o problema não são pessoas individuais ou grupos. São, de facto, as condições segundo as quais as pessoas estão acostumadas e doutrinadas. Naturalmente, muitos argumentam contra esta perspectiva, com a noção escapista de que é a "natureza humana" que provoca esta concorrência e a necessidade de uma posição dominante. Isto não é suportado pelos factos. Na realidade, estamos quase limpos como ardósias quando nascemos; é o nosso ambiente que molda quem somos e como nos comportamos.
Por conseguinte, para que a verdadeira mudança ocorra, temos de gastar menos tempo a lutar contra os produtos desta estrutura social doente e mais tempo a tentar mudar as causas. Por mais difícil e assustador que possa ser pensar-se desta maneira, esta é a única forma de mudar o nosso mundo para melhor.
Podemos continuar a bater no frigorífico para que as formigas saiam debaixo dele, mas enquanto não removermos a comida estragada lá atrás, simplesmente, elas continuam a vir.


Psicologia

A Psicologia é frequentemente definida como "A ciência que lida com os processos mentais e comportamentais".
Presentemente, existem duas escolas de pensamento predominantes: "Geneticistas" e "Behaviouristas"... a velha noção de "natureza versus criação".
Os Geneticistas tendem a pensar que o comportamento humano deriva da hereditariedade e do instinto. Frequentemente os noticiários informam que alguns estudos reivindicam ter encontrado a "predisposição genética para ser republicano" ou "para fumar". Isto suporta a visão do mundo de que, de algum modo, estamos "conectados" e que, mesmo subtis nuances de comportamento, como uma inclinação para a dependência, de algum modo, é genética ou "instintiva".
Os Behaviouristas, por outro lado, vêem o ser humano como um produto do condicionamento, baseado na exposição dessa pessoa ao ambiente. Portanto, as acções de uma pessoa têm uma origem que é derivada da experiência ou desencadeada pela corrente do pensamento transportado por um conceito aprendido. Deste modo, o mecanismo acção / crença é adquirido na aprendizagem e não na hereditariedade ou instinto.
Qual é mais relevante? Obviamente, ambas as visões são importantes de determinadas maneiras. O nosso interesse em sobreviver e reproduzir é impresso / genético de alguma forma, uma vez que está directamente associado à sobrevivência fundamental. Contudo, o meio pelo qual é obtida a sobrevivência baseia-se inteiramente no condicionamento social dessa pessoa. Se um indivíduo cresce num ambiente escasso, muito pobre, com acesso limitado ao emprego, terá mais propensão para participar em actividades ilegais para sobreviver... mais do que uma pessoa da classe média que tem as necessidades básicas satisfeitas.
Do outro lado do espectro, se uma pessoa com grande riqueza cresce numa família elitista e é assim condicionada a pensar que a sua riqueza / classe serve como um símbolo de estatuto, muito provavelmente ela explorará aqueles que trabalham para ela, ou praticará actividades ilegais para confirmar a identidade social e arrogância que considera serem reais.
A questão de fundo, é que o condicionamento do ambiente é realmente responsável por 99% das nossas acções, e todos os estudos sobre comportamento têm revelado isso várias e várias vezes.
As pessoas não se tornam alcoólicas por estarem geneticamente predispostas, mas pela influência dos seus pais ou amigos. Se alguém abusar de uma criança, essa criança crescerá e muito provavelmente irá abusar de outra criança. Quando os meios de comunicação social divulgam uma certa ideia na sociedade, tal como o "terrorismo", o público é condicionado a acreditar que isso é verdade e uma ameaça real, independentemente da realidade. A verdade é que somos organismos emergentes e vulneráveis, sempre submetidos a influência, condicionamento e mudança, até certo grau.
Este "grau" é largamente influenciado pelas identificações sociais / ideológicas, que muitos têm sido condicionados a pensar que são imutáveis. É neste estado de consciência específico que a paralisia entra, pois não há nada na natureza que apoie a conclusão de que, tudo o que pensamos hoje não vai estar desactualizado no futuro, já que um dos poucos modelos em que podemos ter um certo grau de confiança, até agora, é a realidade de que todos os elementos da natureza são emergentes. A "identificação" com um conjunto de conceitos em prol da integridade de alguns é uma grave distorção no nosso mundo, pois é considerada uma "fraqueza" quando eles provam que alguém está errado. Isto é, evidentemente, absurdo, pois é dessa forma que a maioria aprende e não deve ser uma circunstância receada.
Fritz Pearls disse uma vez que "A espécie humana é a única espécie que tem a capacidade de interferir com o seu próprio crescimento". Esta é uma conclusão importante para os nossos sistemas de valores, que pensamos, devem continuar para apoiar as nossas identidades, muitas vezes num caminho de novos conceitos, mudanças de entendimento e de crescimento pessoal.
As instituições dominantes que perpectuam esta paralisia parecem ser a Religião Teísta e o Sistema Monetário. A Religião Teísta promove uma visão fixa do mundo, com uma compreensão baseada na "fé", que rejeita a lógica e informações novas. O Sistema Monetário (em todos os países) é baseado na Concorrência por Trabalho e, por conseguinte, Trabalho por Dinheiro. Muito simplesmente, a "vantagem competitiva" só pode ser sustentada através da auto-perpetuação, e auto-perpetuação / interesse próprio, naturalmente conduz a uma instituição estática, que prefere não mudar, já que isso ameaça a sobrevivência desse negócio, governo ou algo similar.
Isso é insustentável.


Sociologia

A Sociologia é frequentemente definida como: "O estudo da sociedade; a interacção social humana".
Este campo considera as estruturas sociais Cognitiva e Material. Um exemplo de uma Estrutura Social Cognitiva é a instituição da religião estabelecida e como a sua actuação afecta a tomada de consciência colectiva. Por exemplo, os Cristãos Pró-Vida partilham a posição de que a "vida" humana é um elemento separado da natureza e que matar um feto é errado. Paralelamente, a concorrência baseada no sistema monetário tem defensores a semear ideias como a de que a competição é o estado social mais produtivo que os seres humanos podem desenvolver.
As Estruturas Sociais Materiais, por outro lado, são muito óbvias e existem sob a forma de corporações e governos, cada uma delas com forte influência sobre a sociedade. Naturalmente, todas as Estruturas Sociais Materiais espalham-se pelo reino Cognitivo, pois elas têm sempre atrás uma ideologia.
Um problema sociológico comum tem a ver com a "Natureza Humana" e os seus efeitos em sentido colectivo. Por exemplo, a maioria das pessoas têm sido ensinadas de que os seres humanos são naturalmente competitivos entre si, juntamente com o pressuposto de que a estratificação social, ou hierarquia, também é uma "tendência natural humana".
Isto é uma falácia.
Se olhar para, digamos, um grupo de leões, verá uma hierarquia social e uma violenta competição por comida, na maioria dos casos. Bem, esta comparação é o que leva as pessoas a pensar que é uma ocorrência natural na sociedade humana (guerra, ganância, ego, etc.). No entanto, são ignoradas as condições ambientais presentes em cada caso. O grupo de leões existe num mundo de Escassez. Eles não possuem habilidade para criar armadilhas para suas presas, nem é uma comida acessível "por encomenda". Eles têm de caçar e lutar uns contra os outros. Naturalmente, isto cria competição. Para sobreviver os leões têm de ser agressivos uns com os outros. Por sua vez, a hierarquia é desenvolvida para o mais forte deles ganhar mais, e, por sua vez, exercer a sua posição dominante de uma forma estratificada.
Da mesma maneira, na nossa actual sociedade humana, acontece exactamente a mesma coisa. Os seres humanos têm vivido no mesmo tipo de escassez desde a aurora da sua existência. No entanto, à medida que o tempo vai decorrendo, estamos a tornar-nos mais e mais "civilizados", devido à nossa habilidade para Criar. Ao contrário dos Leões, os humanos são capazes de criar ferramentas e pôr em marcha processos que libertem o ser humano de uma determinada tarefa ou problema, reduzindo a Escassez.
Face a esta "visão", nós vemos então, que num nível fundamental, se a escassez puder ser erradicada, o comportamento humano sofrerá uma mudança radical, afastando-se da concorrência, dominação e estratificação.
Do mesmo modo, as ideologias ultrapassadas que não resistem ao teste do tempo, tal como a religião teísta, compõem o mito de que os seres humanos e a sociedade são construídos de uma certa maneira. Por exemplo, a Ideologia Católica afirma que os seres humanos "nascem com o pecado".
Isso é absurdo, obsoleto e baseado num entendimento primitivo do comportamento humano.
Não há diferença entre o bebé Gandhi e o bebé Hitler... é o ambiente que molda a pessoa e, consequentemente, a sociedade (e vice-versa).
Portanto, a verdadeira mudança Sociológica virá ao serem removidas as condições que causam o padrão de comportamento aberrante que polui as nossas sociedades. Prisão, Polícia e Leis são meros remendos que, na verdade, tendem a piorar a conjectura social ao longo do tempo.
Em última análise, é necessário redesenhar a nossa cultura para mudar o comportamento humano para melhor.


Tecnologia

Quando consideramos a relevância das nossas estruturas sociais e ideologias na sociedade, frequentemente olhamos para os governos, políticos e empresas como guias de orientação organizacional e instituições catalisadoras, responsáveis pela qualidade das nossas vidas. Naturalmente, isto é verdade... mas só até certo ponto. À medida que o tempo avança, os seres humanos têm-se tornado mais e mais conscientes da natureza, dos seus processos e, portanto, têm sido capazes de extrair inferências sobre como imitar a natureza em toda a sua glória criativa.
O resultado tem sido a Tecnologia, aquilo que separa nós, humanos, das outras espécies, para além das funcionalidades. Nós temos habilidade para criar de inúmeras maneiras. Se não queremos limpar os esgotos, podemos conceber uma máquina para fazer isso por nós.
No início da Era Industrial, a grande maioria das pessoas trabalhava em fábricas. Hoje, a automação compreende 90% de quase todas as fábricas. Esta automação tem substituído os humanos criando uma imensa e artificial indústria de "serviços", a fim de manter os indivíduos empregados de modo a perpectuar o sistema monetário.
Este padrão é muito revelador. Isto implica que a automação das máquinas está constantemente a desafiar o papel do trabalho humano geral. Isto não significa que os humanos não terão "nada para fazer" à medida que o tempo avança. Muito pelo contrário... Isto implica a libertação da humanidade dos trabalhos desinteressantes, e assim os seres humanos terão tempo para prosseguir com aquilo que escolherem fazer. Em contrapartida, é importante assinalar que a sociedade hoje assume uma postura muito negativa em relação à humanidade, mantendo a crença de que, se os seres humanos não são «necessários» para fazer alguma coisa, eles devem sentar-se, ser preguiçosos e não fazer nada. Isto é propaganda absurda.
A noção de "lazer" é uma invenção monetária, criada por causa da base opressiva e fascista da própria instituição emprego. A preguiça é, de facto, uma forma de rejeição do sistema. É uma qualidade que só existe devido à opressão e necessidade de servilismo.
Numa verdadeira sociedade, não haveria tal separação entre "trabalho" e "lazer" para que se permitisse aos seres humanos exercer qualquer actividade que considerassem relevante. Para colocar de outra forma, considere a curiosidade e o interesse de uma criança . Ela nem sequer sabe o que é dinheiro... Ela precisa de ser motivada pelo dinheiro para sair e explorar / criar? Não. Ela tem um interesse pessoal e persegue-o sem nenhuma recompensa. De facto, os maiores contribuintes para a nossa sociedade, tais como Einstein, Newton ou Galileu, fizeram o que fizeram sem qualquer recompensa monetária. Eles fizeram isso porque quiseram. O acto de fazer e de contribuir foi a sua recompensa.
A questão aqui é que o dinheiro não é um verdadeiro incentivo para coisa alguma e pensar o contrário é presumir que os seres humanos são inerentemente preguiçosos e corruptos. A preguiça e a corrupção são os produtos do condicionamento que o nosso sistema social criou.
Agora, voltando à tecnologia, verificamos que a nossa qualidade de vida, tal como a sua funcionalidade, têm aumentado consideravelmente devido aos benefícios das ferramentas tecnológicas que criámos. De um cortador de relva a um pacemaker, a tecnologia salva vidas e diminui a quantidade de tempo que precisamos gastar em actividades mundanas, difíceis e/ou perigosas. De facto, se dermos alguns passos atrás, torna-se bastante claro que o desenvolvimento tecnológico é a mais importante instituição que temos e a busca da sociedade por tecnologias úteis (não armas), deverá ser a mais alta prioridade da cultura.
Ao mesmo tempo, o desenvolvimento tecnológico é provocado por uma determinada linha de pensamento, ou processo... Isto poderia chamar-se "Método Científico". Carl Sagan foi uma vez citado como tendo dito algo parecido com: "A Sociedade aplaude os dons da ciência, mas rejeita os seus métodos".
Isto é uma grande verdade da era moderna, mas o que o público não consegue entender é que a ciência não é somente uma ferramenta... é uma funcionalidade universal que pode ser aplicada à sociedade de várias maneiras, que muitos nem fazem ideia.
Parece evidente que a tecnologia melhora as nossas vidas e serve como o maior libertador da vida humana no reino material... Então, porque não são os seus métodos aplicados à sociedade como um todo?
Obviamente, o método científico é usado constantemente em sistemas isolados, mas nunca foi verdadeiramente considerado nas mais amplas direcções. Isto deve-se em grande parte às velhas superstições que lutam contra a lógica da ciência em prol de uma dogmática, ultrapassada e altamente romantizada visão do mundo.
Se tivéssemos a possibilidade de reconstruir uma sociedade a partir do zero, como iríamos fazê-lo para a tornar mais eficiente, sustentável e humana possível? Esta é a nossa perspectiva. Obviamente, não podemos construir uma sociedade a partir do zero, mas a questão é clara. É chegada a hora de parar de pensar em questões monetárias e limitações, e começar a pensar acerca das possibilidades que temos aqui na Terra, em mais amplo sentido.
Foi este interesse que criou o conceito de uma "Economia Baseada nos Recursos". O Projecto Vénus tem vindo a trabalhar neste conceito desde há muito tempo e o seu fundamento é muito simples. Nós observamos cuidadosamente, preservamos e maximizamos o uso dos recursos planetários em conjunto com uma informação aberta e desenvolvimento tecnológico.
Nesta perspectiva, pouco é deixado às interpretações subjectivas, pois resulta de uma estratégia científica virada para o cerne da construção social. A partir daí, os parâmetros científicos trabalham eles próprios tanto quantas as suas possibilidades.


Sustentabilidade

Quando pensamos em sustentabilidade, muitas vezes associamos a durabilidade, longevidade e respeito ambiental. Em geral, uma prática sustentável é uma prática que tem a saúde do futuro em consideração. No entanto, esta ideia não é só reservada para o físico, o mundo material, ela também se aplica ao pensamento, aos conceitos, à conduta humana, tal como à sociedade num todo.
Uma prática é insustentável desde que tenha um efeito negativo e desequilibrado, que através do tempo, irá afectar negativamente uma pessoa, a sociedade e /ou o ambiente. Um clássico caso é a nossa actual utilização do petróleo como um meio para gerar energia. Isto pode ser considerado insustentável, devido ao facto do petróleo não ser um produto renovável e, quando queimado, é prejudicial para o meio ambiente. Qualquer prática que provoca um esgotamento irreversível dos recursos, ou, a longo prazo, poluição ambiental, é uma prática insustentável.
Da mesma forma, se uma determinada empresa liberta grandes quantidades de resíduos derivados da sua produção, poluindo o meio ambiente, isto será também considerado uma insustentável prática, independentemente do que ela está a produzir.
Do mesmo modo, se o conhecimento ou os materiais utilizados na produção de um determinado tipo de produto não são da maior qualidade conhecida, muito frequentemente a integridade do produto fica intrinsecamente comprometida, levando à eventual criação de mais resíduos, quando esse produto não funcionar ou se tornar obsoleto. Dado o nosso actual sistema de lucro, a maior parte do que é produzido é construído com uma fraqueza intrínseca, devido à necessidade de competir pela quota de mercado. Por outras palavras, se duas empresas estão a competir para criar um determinado produto, ambas terão de ser estratégicas nos materiais, desenhos e modelos que utilizam, comprometendo muitas vezes a qualidade em prol de um custo mais acessível. O resultado é um produto que se estraga irremediavelmente mais depressa do que um artigo a que foi dado o maior cuidado e a melhor qualidade dos seus componente materiais.
Isto não acontece no nosso sistema por dois motivos:
1.Se uma empresa estava a utilizar o modelo mais avançado e os melhores materiais conhecidos, ela provavelmente tem custos de produção muito mais elevados e, certamente perde uma vantagem competitiva.
2.Se os produtos forem feitos para durar longos períodos de tempo, as pessoas não precisam repetidamente de os substituir, actualizar ou corrigir seus componentes, e uma larga quantidade de dividendos e postos de trabalho serão perdidos pela indústria em geral, abrandando a economia.
Isto é, naturalmente, insustentável por definição para a inerente ineficiência do sistema económico que eventualmente cria problemas desnecessários, resíduos e poluição.
E isto leva-nos a ideologias insustentáveis.
Uma ideologia é inerentemente insustentável quando leva uma pessoa ou grupo a práticas insustentáveis. Por exemplo, a razão que leva uma unidade de produção a utilizar materiais pobres para criar produtos insustentáveis, enquanto emite uma quantidade desproporcional de resíduos, é realmente o resultado de uma força maior, conhecida como o Sistema Monetário do Lucro. Neste Sistema não há nenhuma recompensa para a sustentabilidade, porque o mesmo é construído sobre a regeneração da concorrência. Em tal circunstância, a sustentabilidade é sempre secundária para o lucro, pois a sobrevivência de uma empresa é baseada nesse dividendo, e este é parcialmente baseado na redução dos custos e, consequentemente, no aumento das receitas. Portanto, as insustentáveis práticas que existem em todas as indústrias são o resultado de uma falha ideológica subjacente à própria estrutura económica.
Em teoria, a maioria concordaria que ter uma abundância de recursos, conjuntamente com produtos feitos com os materiais mais duráveis para o máximo de sustentabilidade e eficiência, seria uma coisa boa. No entanto, estas noções não são recompensadas no nosso actual sistema monetário mundial. O que é recompensado é a Escassez. Este factor aliado à obsolescência planeada são recompensadas no curto prazo, pois criam um "retorno" de lucro, enquanto criam mais empregos. Infelizmente, esta "recompensa no curto prazo" custa "destruição a longo prazo".
O Sistema de Comércio Livre, em conjunto com todos os outros subgrupos, comunismo, socialismo e fascismo, é uma ideologia insustentável, por isso construiu por si uma propensão ao abuso ambiental e social. Para colocar isto mais claramente, um mundo que está em concorrência com ele próprio por trabalho, recursos e sobrevivência, é um sistema intrinsecamente insustentável, pelo que carece de uma consciência externa.
Então, o que é uma ideologia sustentável?
Embora esta questão nos traga sempre novas respostas através da contínua evolução humana, nos tempos actuais, temos um conceito chamado Método Científico. Muito simplesmente, o Método Científico é o processo de investigação que, através dos mais modernos métodos de aprendizagem,  medição, análise e experimentação, trabalha para demonstrar a validade de um determinado conceito, ou a possível resolução de um problema específico.
Um exemplo, seria um problema automóvel. Se o seu carro não "arranca", você deve iniciar uma linha de pensamento, baseada na lógica, para encontrar a fonte do problema. A lógica orientaria a sua atenção, começando provavelmente por indagar quanta gasolina está no carro, seguindo para o mecanismo de ignição, etc. Este é o método científico aplicado na resolução de problemas. Um anti-método científico para tal problema cairia na categoria do "irracional". Por exemplo, se o carro não "arranca", seria irracional começar a verificar os pneus, pois os pneus nada têm a ver com os mecanismos associados ao problema.
Infelizmente, a nossa abordagem ao funcionamento social é em grande parte ilógica ou metodologia, está imersa na tradição, superstição e métodos ultrapassados de conduta. Uma abordagem científica para a sociedade, usando a lógica e a razão para avaliar e responder às questões sociais, teria uma gravitação natural para a sustentabilidade, pois nada pode ser isolado ou destacado em tal abordagem. Por outras palavras, temos de parar de ver o mundo através das lentes dos sistemas e ideologias que foram criadas no passado, e começar a olhar para ele do modo mais amplo e imparcial que pudermos. O único meio que apoia esta abordagem é a Ciência, e os dons da ciência já provaram a sua validade, para além da dúvida. Por isso, é tempo de utilizar os métodos  científicos na nossa abordagem à própria sociedade.
Um rápido olhar sobre os modos de funcionamento utilizados no mundo de hoje reflecte uma negligência grosseira da razão, da lógica e da aplicação científica. As nossas estruturas económicas são baseadas em meios de troca e de valores que têm pouca relação com a verdade e a realidade dos recursos. A religião continua a pregar visões do mundo há muito ultrapassadas pelo progressivo pensamento científico. O nosso sistema de trabalho está configurado para que as pessoas devam ser "empregados", a fim de ganharem dinheiro para sobreviver, enquanto a contribuição real que tais profissões têm para a sociedade são altamente questionáveis, o que mostra que o "emprego" muitas vezes existe simplesmente para manter as pessoas a "fazer algo" para sobreviverem e manter a estrutura económica. Isto é um desperdício de vidas humanas...
Há muitos, muitos aspectos para compreender que as nossas instituições sociais actuais são insustentáveis. Para resumir a questão, a nossa vida na Terra deve ter uma premissa fundamental através da qual se relacionam as nossas operações. Esta premissa deve ser tão empírica quanto possível, e não com base em projecções ou pareceres. A partir de uma perspectiva científica, vemos que os recursos e a inventividade humana são as mais valiosas questões em causa. Inteligência humana e consciência, em conjunto com a gestão e utilização dos recursos terrestres, são realmente as únicas duas questões fundamentais. Tudo o resto é construído com base nelas. Por isso, precisamos de iniciar uma abordagem que maximize educação, tecnologia e gestão dos recursos.
Até que isso seja feito, a sustentabilidade estará em perigo. Este é o objectivo do Projecto Vénus e do Movimento Zeitgeist.


Espiritualidade
 
Ao que parece, a espiritualidade tem um significado diferente para cada um de nós. Uma definição aceite seria: "Um sentido de significado e propósito, um sentido de individualidade e de uma relação com 'aquilo que é maior do que eu'".
 
Actualmente, a religião e o misticismo parecem ter o monopólio da espiritualidade. A religião Teísta, refere-se, muitas vezes, a uma "relação com Deus" ou criador divino, como uma relação espiritual, enquanto os místicos, muitas vezes, encontram uma relação com uma força sobrenatural, ou poder. O fundo da questão é que, quase universalmente, a espiritualidade tem a ver com um "relacionamento" a um ou outro nível. Na maioria dos casos, está associada com o 'lugar' de uma pessoa ou "sentido" na vida ... seja o que quer que isso signifique.
 
Tão subjetivo quanto essas 'coisas' possam ser, começamos a reconhecer as mudanças nestes conceitos, pois o progresso social tende a esculpir um caminho para o "entendimento" que resiste e persiste ao tempo. Na idade moderna, temos a capacidade de olhar para o nosso passado e examinar o que os nossos antepassados costumavam considerar "real", e então comparar essas ideias com o conhecimento actual. Muitas "práticas espirituais" que existiram no passado, deixaram de existir devido a conhecimentos que surgiram em relação aos fenomenos naturais. Como exemplo, nas religiões primitivas era comum 'sacrificar' animais para determinados fins ... estas práticas, actualmente, raramente acontecem, pois a relevância de tal acto provou a sua inutilidade. Da mesma forma, as pessoas raramente efectuam "danças-da-chuva", com a finalidade de influenciar o tempo ... hoje, compreendemos como os padrões climáticos são criados, e sabemos que os rituais não têm efeitos comprovados.
 
Igualmente, a idéia de "rezar" a um deus para realizar um determinado pedido, está também estatisticamente provada ter pouco efeito sobre um resultado, já para não mencionar que de nehuma maneira cientifica a evidência para apoiar um criador personificado foi consegida... advém, muitas vezes, da especulação histórica e da antiga tradição literária.
 
A Religião, em muitos aspectos, parece estar enraizada na percepção mal-entendida sobre os processos da vida. Por exemplo, apresenta uma visão do mundo que muitas vezes coloca o ser humano num nível diferente dos demais elementos da natureza. Este "ego espiritual" tem criado conflitos dramáticos levados a cabo por inúmeras gerações, não apenas entre os seres humanos, mas, inadvertidamente, entre o homem e o próprio meio ambiente.
 
No entanto, como o tempo avançou, a Ciência tem mostrado como os seres humanos estão sujeitos às mesmas forças da natureza, como tudo o resto. Aprendemos que todos nós compartilhamos a mesma infra-estrutura atómica como as árvores, os pássaros e as outras formas de vida. Nós aprendemos que não podemos viver sem os elementos da natureza ... precisamos de ar puro para respirar, alimento para comer, energia do sol, etc... Quando entendemos esta relação simbiótica da vida, começamos a observar que no que respeita a "relacionamentos", a nossa relação com o planeta é bastante mais profunda e importante. O meio pelo qual esta premissa se expressa, é a ciência, visto que o método científico tem permitido a introspecção nestes processos naturais, para que possamos entender melhor, como podemos "encaixar" este sistema de vida como um todo.
 
Isto poderia designar-se de "despertar espiritual".
Esta realização, que foi provada pela ciência, é de que os humanos não são diferentes de qualquer outra forma da natureza, enquanto a nossa integridade é apenas tão boa quanto a integridade do nosso meio ambiente, ao qual fazemos parte. Esta compreensão apresenta uma visão "espiritual" do mundo completamente diferente, pois força, no seu núcleo, a idéia de interdependência e ligação.
 
No sentido mais básico, a interligação de toda a vida é inegável, e é esse "relacionamento" perpétuo de interconectividade total que não é plenamente realizado pela sociedade em geral. Assim, os nossos modos de conduta e percepção estão extremamente fora de sintonia com a própria natureza ... e, portanto, destrutivos.
 
A própria natureza é o nosso mestre, e as nossas instituições sociais e filosofias devem ser derivadas destas premissas e, invariavelmente, da compreensão "espiritual".
 
Quanto mais rápido se alastrar este despertar espiritual, mais sã, pacífica e produtiva se tornará a sociedade.
 
 
Movimento Zeitgeist Portugal