segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Capital Humano e Motivação

O entendimento que o ser humano tem sobre si mesmo tem vindo a aumentar exponencialmente, especialmente nas últimas décadas, derrubando paradigmas avessos à nossa evolução.
Na área laboral, este novo entendimento, aliado a experiências realizadas por altas entidades competentes, tem levado a resultados e constatações surpreendentes, chocantes até para a mentalidade capitalista predominante.
O ser humano não é um mealheiro e revela-se altamente imprevisível e difícil de manipular perante certas situações, tanto na sua vida pessoal como na sua vida profissional. Aliás, estas são vidas que devem ser convergentes ou arriscamo-nos, na divergência, a cair numa ilusão esquizofrénica, uma bomba relógio à espera para rebentar e fazer o seu estrago em ambas as vidas. Quanto á vida pessoal cada um sabe de si mesmo, pois a nossa imprevisibilidade aí ganha proporções estrondosas. Mas na vida profissional, se queremos maximizar o potencial do ser humano trabalhador, então o imprevisível tem que passar a ser previsível, e é aqui que os velhos paradigmas têm que sucumbir.
Procurando a resposta a velhas questões encontramos agora novas respostas.
Se gratificarmos um determinado comportamento, obtemos mais desse comportamento?
Se punirmos um determinado comportamento, obtemos menos desse comportamento?
O facto é que esta linha de pensamento não só não é linear como também se revela contraditória.
Nas organizações, empresas actuais, o esquema clássico de motivação é o incentivo monetário que, verdade seja dita, é essencial face ao ambiente socioeconómico em que vivemos. De um modo geral o dinheiro é o principal agente motivador na nossa sociedade mas, estudos actuais demonstram que em certos casos, ou áreas, a motivação monetária pode revelar-se prejudicial para o desempenho do trabalhador. Clarifiquemos.
Economistas do MIT (Massachusetts Institute of Technology), em conjunto com outras universidades, realizaram uma experiência com vários indivíduos, que consistiu em atribuir-lhes diferentes tarefas, físicas e cognitivas, tais como lançar uma bola de basquete para dentro do cesto ou resolver um quebra-cabeças, respectivamente. Foram estabelecidos 3 níveis de recompensa monetária, como agente motivador, a atribuir a cada individuo em cada tarefa de acordo com o seu desempenho. Quanto melhor o desempenho mais alta a recompensa.
Um dos resultados desta experiência foi que se a tarefa em questão for de origem física, ou seja, requeira apenas habilidade mecânica, o incentivo monetário funciona como é esperado, quanto mais alta a recompensa melhor o desempenho. Até aqui nada de novo. Mas se a tarefa em questão for de origem cognitiva, que requeira habilidades mentais, pensamento criativo e raciocínio, altas recompensas levam a piores desempenhos!
Este resultado contraria claramente tudo aquilo que pensávamos entender sobre motivação humana, mas o facto é que esta experiência foi replicada vezes sem conta por economistas, psicólogos e sociólogos em ambientes sociais diferentes e o resultado permanece o mesmo. No entanto é importante perceber que isto não significa que para tarefas cognitivas, quanto menor for a recompensa monetária melhor é o desempenho. É claro que não, como já referi o incentivo monetário tem que estar presente, se bem que há excepções, mas já lá vamos.
O dinheiro é altamente motivador, disso não há dúvida, mas em que medida?
Se um bom desempenho for mal recompensado, o trabalhador obviamente terá menos motivação. Portanto, a medida certa para o incentivo monetário é aquela em que o trabalhador recebe o suficiente por forma a não estar preocupado com o dinheiro, mas sim com a tarefa, que é o que interessa a todos quando o objectivo é maximizar o potencial de uma empresa, o desempenho dos seus funcionários, que no final de contas traz vantagens para todos!
É importante procurar motivação para além do dinheiro, principalmente nas empresas de hoje em dia, empresas de software, audiovisuais, que requerem habilidades criativas e até artísticas, algo que “não tem preço” por assim dizer. Então que factores podem influenciar a motivação do trabalhador?
Todo o ser humano tem o desejo natural de conduzir a sua própria vida, ter autonomia naquilo que faz, e este é um campo que deve ser explorado na busca da motivação do trabalhador. É claro que em muitos casos, e lá está, trabalhos de origem mais mecânica, um sistema de gestão directa, “faz isto desta forma”, é funcional e dispensa autonomia, pois o que queremos aqui é obediência. É o sistema clássico das linhas de montagem industriais. Mas se o que queremos do trabalhador é compromisso, ou “Engagement”, termo popularmente crescente, dar autonomia ao trabalhador é um importante agente motivador!
Um bom exemplo disto vem de uma empresa Australiana de software, ATLASSIAN, que a cada trimestre dispensa uma sexta feira para fazer algo brilhante. Quinta feira, no final do dia de trabalho, os funcionários são informados que durante as próximas 24 horas eles podem desenvolver o trabalho que quiserem, com quem quiserem, da forma que quiserem e, sexta feira ao fim do dia têm que apresentar à empresa o trabalho que fizeram, e fazem isto não numa sessão formal, mas sim numa pequena festa com bolo e champagne antes de irem de fim de semana. O resultado disto, é que uma vasta gama de novos produtos, assim como resoluções para problemas de software, trabalho que talvez de outra forma nunca surgisse, viu assim a luz do dia, graças a estas 24 horas de autonomia. O benefício é não só para os funcionários, como é também para a empresa e para a sociedade.
Um outro forte agente motivador é a mestria, a vontade natural que temos em nos tornar bons naquilo que fazemos. Este é, aliás, um processo que ocorre naturalmente, quanto mais fazemos uma determinada acção melhor vai sendo o nosso desempenho nessa tarefa. Isto é ciência neurológica pura e é óbvio que é na ciência que encontramos soluções para melhorar a performance humana. A mestria está intimamente relacionada com satisfação pessoal e prazer, que é algo que naturalmente queremos nas nossas vidas. É por isto que depois de um dia de trabalho, chegamos a casa e passamos uma hora ou duas a tocar viola, ou a cozinhar para amigos, ou a estudar sobre uma dúvida que surgiu no trabalho. É esta vontade interior de ser melhor que é altamente motivante, e que deve ser explorada pelas entidades paternais. Formação, formação, formação é a palavra de ordem. Não podemos sentar-nos e esperar que o funcionário faça tudo sozinho, é do interesse da empresa maximizar o seu capital humano, e o papel das entidades de ensino e formação é crucial para este aumento. Elas devem acompanhar a par e passo a evolução do entendimento de nós mesmos, sempre com métodos pedagógicos inovadores que visem estes aspectos intrínsecos ao ser humano, como propósito!
Propósito pode certamente ser o mais poderoso agente motivador. Ele “move montanhas”, quebra barreiras, atravessa oceanos, colocou o homem na Lua… a troco de quê? Dinheiro não é certamente, senão não tínhamos Cruz Vermelha, Escuteiros, Bombeiros, a Wikipédia, fundada por voluntários de todo o Mundo. O que motiva as pessoas a fazer este trabalho voluntário é o seu propósito, a auto gratificação que vem da sua contribuição, e não um agente monetário, e é aqui que podemos melhor perceber o resultado da experiência inicialmente referida, no que diz respeito a que altos incentivos monetários levam a piores desempenhos em tarefas que requeiram habilidades cognitivas.
O que acontece, é que quando o incentivo monetário se sobrepõe à verdadeira motivação humana, a autonomia, a mestria e o propósito do trabalhador, o seu desempenho não vai ser o melhor, a qualidade do produto do seu trabalho pode até ser boa, mas não será excelente. Isto é um facto científico comprovado e cada vez mais empresas estão atentas a isto, adoptando causas humanitárias, transparecendo a ligação entre o trabalho do funcionário e uma causa maior, altamente motivante, na busca que todo o ser humano empreende por um Mundo melhor! 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Caixinha de Pandora


Verdade e mentira, dois aspectos que moldam a visão diacrónica que temos do Mundo que nos rodeia. Ao longo das nossas vidas passamos por experiências que rotulamos como boas ou más, colhemos informação que classificamos como verdadeira ou falsa, e fazemos isto, na maioria das vezes, de forma compulsiva, semiautomática, sem uso total da nossa capacidade de raciocínio. O nosso cérebro, tal como um computador, biológico neste caso, vai armazenando informação e vai estabelecendo um sistema de crenças, aquilo que define todos e cada um de nós. É aquilo em que acreditamos, aquilo que somos, profundamente enraizado nos nossos cérebros na forma de circuitos nervosos. E quanto mais fortes forem essas crenças mais resistência o cérebro oferece em ceder a novas informações que possam por em causa o sistema de crenças estabelecido. Trata-se de um mecanismo de defesa biológico. Quando somos confrontados com opiniões que põem em causa aquilo em que acreditamos, o nosso cérebro começa a defender-se. Neste estado defensivo, começam a ser produzidos e lançados no cérebro químicos, neurotransmissores como a Norepinefrina, que afectam o pensamento racional e podem bloquear a memória operativa. São os mesmos químicos que são produzidos perante uma situação de vida ou morte, para tentar assegurar a nossa sobrevivência! Todos nós já sentimos isto, quando durante uma discussão ficamos bloqueados sem saber o que dizer, e só mais tarde, com calma, é que nos lembramos de tudo aquilo que havíamos de ter dito, porque durante a discussão o acesso à memória operativa estava comprometido. Quando estamos neste estado defensivo não analisamos correctamente a informação que nos chega e por vezes nem a retemos. Numa perspectiva global, a nossa sociedade comporta-se exactamente como o nosso cérebro. A nossa sociedade enfrenta hoje uma crise económica, politica, monetária, mas todas estas não são mais do que sintomas de uma crise muito mais profunda, uma crise na consciência. E de todos os males que assolam este Mundo, não há nada que nos assuste mais do que a ideia de nos enfrentarmos a nós mesmos. A colectividade que nos devia fortalecer, tornou-se no jugo que nos oprime e que nos impede de verdadeiramente brilhar e viver livremente. E pensar que somos uma raça de seres inteligentes, que viu nascer Miguel Ângelo e Da Vinci, Pitágoras e Platão, e que estamos agora tão anestesiados da realidade, num estado eterno de apatia mental. É a verdadeira mentalidade de ovelha, incapaz de pensar fora da curta percepção do rebanho, e se o faz, é imediatamente ostracizada e carimbada como ovelha negra, um epíteto que erradamente carrega uma conotação negativa. Uma ovelha negra é, na verdade, aquela que tem a capacidade de ver o Mundo pelos seus próprios olhos, e manifesta a sua diferença, independentemente daquilo que a colectividade do rebanho pensa. Infelizmente, o povo tende a pautar-se pela ignorância, e a história comprova-o. Estar bem adaptado a uma sociedade profundamente doente não é sinal de boa saúde! Felizmente, temos tido excelentes ovelhas negras ao longo da história, homens e mulheres que marcaram a diferença num Mundo repleto de ignorância. Um bom exemplo foi o Copérnico, que foi considerado maluco e perseguido pela inquisição porque veio dizer a público que é a Terra que gira à volta do Sol, e não o contrário! Aparentemente isto foi uma blasfémia, e queriam matá-lo por isto… por dizer a verdade. Nós, seres humanos, parece que temos alergia à verdade. Fugimos dela como o diabo da cruz, incapazes de tomar consciência de um princípio muito simples, o de que a verdade não deixa de o ser ainda que apenas uma pessoa acredite nela. Mas “nós” não queremos saber da verdade para nada, a verdade é por norma dolorosa quando se vive no Mundo das ilusões. A ilusão e a falta de raciocínio fazem parte do nosso quotidiano, e a promiscuidade alastra como uma praga de ratos fora de controlo! Um encarregado de educação recebe um telefonema da escola a informar que o Joãozinho roubou o lápis do colega. Furioso, começa o sermão: “-Não tens nada que roubar, isso é muito feio… e sabes perfeitamente que se precisares de lápis, dizes-me a mim, que eu trago-os lá do escritório onde trabalho”. Ora aqui está um bom mentor… na cabeça deste artista, a solução que apresentou já não é roubo… e o miúdo, coitado, começa desde cedo a ser doutrinado na ignorância e falta de raciocínio, até porque se disser ao Pai “-Mas isso também é roubo”, ainda leva alguma lambada nas bentas …o mal criado, a contestar a autoridade dos pais! E assim começa a ganhar forma um ignorantezito com valores morais bem estruturados… Talvez chegue a ministro, quem sabe! É o poder da velha máxima que diz que a felicidade e o céu pertencem aos pobres de espírito, que é como quem diz, ignorantes. A verdade é que nós gostamos de inspirar profundamente um boa lufada de mentiras e palermice, por isso é que elegemos o Cavaco, para termos uma boa dose em primeira mão! É claro que há sempre quem pense que eleger um político honesto é a solução, mas estas pessoas não fazem ideia do que estão a dizer! Se honestidade for introduzida na alta política, o sistema desmorona de imediato, perde todo o sentido! A nossa sociedade é um motor de ilusões, a mentira é o combustível, e a política é o lubrificante! Gostamos de anestesiar a verdade com eufemismos. Em Portugal já não temos austeridade, temos pequenas poupanças, que assim doem menos. Se ninguém tocar na palavra austeridade, então é porque não é austeridade. Dizem que há sinais de retoma, que o défice está a baixar, que estamos a sair da crise, mas o que vemos na rua é o contrário, o desemprego a aumentar, os ordenados a diminuir. Quem são os loucos afinal, eles que o dizem, ou nós que acreditamos? Parte deste problema que hoje enfrentamos, esta avalanche de desinformação, deve-se a uma caixinha que quase todos temos nas nossas casas. Há quem diga que faz parte da família, e há até quem não consiga viver sem ela, a televisão. É a companhia na solidão, o aconchego antes de dormir, a esperança em tempos difíceis, a informação em tempos de dúvida, a orientação em momentos de acção, a verdade absoluta exposta aos olhos de todos mas… como disse Joseph Goebbles, uma mentira contada mil vezes torna-se numa verdade. Ora este homem foi o ministro da propaganda Nazi, um génio lunático que sabia explorar as fraquezas da mente humana. A opinião de um homem é apenas o reflexo da qualidade da informação que recebe, daí a queima dos livros. Ele e o Hitler não queriam uma nação de pensadores que lêem livros, eles queriam uma nação de soldados obedientes. De notar, o primeiro país que o nazismo atacou foi a Alemanha, que sucumbiu ao poder da propaganda. A filosofia é muito simples, para ter uma nação unida é preciso ter um inimigo em comum, e se ele não existir, a propaganda trata de criá-lo! Felizmente, estes homens não tiveram acesso à tecnologia de hoje, senão estávamos todos a falar alemão! A propaganda é a arma de guerra psicológica mais poderosa que o homem jamais criou, e quando uma arma deste calibre cai nas mãos das pessoas erradas, só Deus sabe a porcaria que dali pode sair. Hoje a televisão representa em todo o seu esplendor o exponente máximo desta arma poderosa. Nós vivemos numa era de realidade virtual, um ambiente criado e totalmente controlado pelos meios de comunicação social, com destaque para a tv. A maioria das pessoas, especialmente os mais jovens, aceitam sem questionar a realidade que lhes é apresentada pela tv, quer seja em cultura popular, filmes, novelas, notícias… todos trazem mensagens sobre como funciona a sociedade e sobre como as pessoas devem comportar-se. Há gerações inteiras que não sabem mais nada desta vida a não ser aquilo que aprenderam na televisão. Elas vestem-se como na televisão, comem como na televisão, pensam como na televisão, falam como na televisão… vivem agarradas a sonhos e estereótipos que não são mais do que ilusões. A televisão não é a verdade! A televisão é um parque de diversões para a mente, é um circo, um Carnaval, uma parada de acrobatas, de contadores de histórias, de cómicos, cantores, malabaristas, aberrações, domadores de leões, políticos, gajas boas e jogadores de futebol! É o negócio da matança do tédio e do amolecimento da mente. As pessoas começam a identificar-se com aquilo que lá vêm, abstraindo-se cada vez mais daquilo que realmente são. Programas como o Big Brother, ou a Casa dos Segredos, são tudo menos inocentes. Eles carregam mensagens fortíssimas, e a mensagem que está na moda é “cada um para si”! Uma população dividida é facilmente alvo de manipulação, e enquanto estamos atentos a este tipo de programas, não estamos atentos aos assuntos que verdadeiramente têm impacto nas nossas vidas. Se queremos uma sociedade diferente desta em que vivemos, a mudança tem que começar dentro de cada um de nós. Devemos por à prova aquilo em que acreditamos, até porque, somente os pequenos segredos precisam ser guardados. Os grandes segredos são guardados pela incredulidade do povo!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O "Guito"!

Está lindo isto, está está! Eu tento olhar para o futuro, não muito distante, 5, 10 anos, e não vejo nada além de escuridão e incerteza. Sinto que a minha vida e o meu futuro estão nas mãos de psicopatas e, se pensarem bem, o termo nem sequer é puxado! Vão lá ver ao dicionário o que é um psicopata e constatarão que o parlamento (Português, Europeu...) está cheio deles. Encontrarão coisas do género:
"Psicopata é um individuo clinicamente perverso e que tem personalidade psicopática, distúrbios mentais graves, desvio de carácter, ausência de sentimentos, manipulação, egocentrismo, falta de remorsos e de culpa por actos cruéis .." e paro por aqui, que a lista é longa, para perguntar:
-Qual é a diferença entre matar meia dúzia de pessoas à facada, ou matar 1 milhão de pessoas à fome como consequência de uma política monetária descabida? É o método? Da maneira que a justiça anda embrulhada em semântica, o método faz toda a diferença, tanto que até o resultado parece ser indiferente, um aspecto mínimo na equação judicial. Morreu um milhão, mas isso não é genocídio, chama-se política monetária... chama-se PEC... chama-se Troika... Sim, isto é lógico naquelas cabeças porque, e sejamos gestores políticos por um instante, matar 1 milhão de idosos por falta de medicamentos é altamente rentável para o Estado, porque além de poupar nas comparticipações dos medicamentos, poupa também nas reformas dos idosos que vão deixar de as receber, pois o mais certo é que morram a curto prazo quando têm que optar pela comida ou pelos medicamentos, graças às humilhantes reformas que recebem e que cada vez mais vêm diminuídas. Para as duas coisas o dinheiro já não chega, e todos já ouvimos dizer isto!
Em termos de gestão político-económica é assim que funciona, para embarcar neste Titanic económico, qualquer réstia de humanidade tem que ficar em terra. É, não há espaço para bom senso e sentimentalismos, o progresso e bem estar social calculam-se através dos níveis de transacções  índices económicos, confiança dos investidores, estabilidade dos mercados financeiros... que é um nome bonito que arranjaram para a coisa, mas que devia antes ser "Polvo Financeiro", que aquilo é máfia, só que pior, porque os mafiosos assumem-se como tal! Aqui não, aqui temos gestores e políticos desalmados que, sem serem eleitos por democracia nenhuma, controlam o BCE! Nós ali não temos voto na matéria. Isto está bem explícito no Artigo 130º do Tratado sobre o funcionamento da União Europeia, que diz:
"No exercício dos poderes e no cumprimento das atribuições e deveres (...) o Banco Central Europeu, os bancos centrais nacionais, ou qualquer membro dos respectivos órgãos de decisão, não podem solicitar ou receber instruções das instituições, órgãos ou organismos da união, dos governos dos estados membros, ou de qualquer outra entidade."
Estes Tiranos económicos controlam e manipulam um sistema monetário patético e obsoleto que quase ninguém compreende, o que não é à toa, a complexidade é o trunfo do esquema. Todos aqueles gráficos, percentagens, linguagem quase estrangeira que os bancos utilizam, facilmente demove qualquer um da tentativa de compreender o sistema, e andamos nisto há 100 anos! O sistema monetário tornou-se um paradigma social dado como aceite, mas quase ninguém sabe muito bem porquê, o que se sabe é que isto sempre foi assim por aqui. Este sistema monetário é uma anedota e nem sequer é difícil de perceber. No entanto, é difícil de digerir e aceitar porque, apesar de tudo, o ser humano em geral tende a acreditar na bondade das acções de outras pessoas, sobre tudo na imagem, ultra promovida nos meios de comunicação social, dos nossos queridos políticos, aqueles que nós achamos que elegemos! A lavagem cerebral é de tal ordem que achamos que eles nunca fariam nada que nos pudesse prejudicar, apesar de cada vez mais estarmos acordados para o facto de que eles, no governo, estão é a tratar da vida deles, o que até parece suavizar a situação, mas o que temos que meter na cabeça é que eles, ao puxarem a brasa à sua sardinha, tiram a brasa ao povo, e aí a coisa muda de figura. Esta elite que nos desgoverna são psicopatas que matam de caneta em vez de faca! Vem um todo bonitinho falar à televisão sobre o que nos vai roubar a seguir, embebeda-nos com conversa política e económica... o povo ainda diz "-Fala bem o homem", apesar de não ter percebido um parágrafo do que foi dito, até porque, na realidade, não há ali nada para entender, aquilo é palha para burros, um insulto à inteligência humana! Esclarecimento concreto em linguagem perceptível é nulo, ou quase nulo, e enquanto andamos nesta dança eles fazem o que querem, garantem o futuro deles á custa da incerteza do nosso! Tiram proveito da ignorância do povo, e alimentam-se de um sistema que sabem ter os dias contados.
Vocês já alguma vez pararam para pensar sobre o que é o dinheiro?
A resposta parece óbvia e fácil, mas recomendo uma análise cuidada. O dinheiro actual, na sua forma de dinheiro a juros, tornou-se num produto rentável por si só, em vez de servir como unidade de medida que estabelece o preço dos bens e serviços. É por isto que se tornou moda exportar e comprar dívida pública, porque quem a compra adquire o direito aos juros dessa dívida. Vejamos como é criado o dinheiro, para melhor percebermos este paradigma.
O esquema de produção de moeda até parece mentira, mas é muito simples na verdade. De cada vez que um banco concede crédito, empréstimo, é criada nova moeda na economia! Para quem tiver coragem e paciência para enfrentar semântica torturante, recomendo o livro "Política Monetária e Mercados Financeiros". Apesar de o processo de criação de moeda ser aparentemente complicado, o resultado é muito simples, os bancos criam dinheiro a partir do nada, emprestando dinheiro que não têm, cobrando desde logo os juros do empréstimo que concederam. Os bancos só precisam ter no cofre 2% do valor que vão emprestar. Para emprestarem 100 euros só precisam ter 2 euros no cofre! Bom negócio não? Relembro aqui, oportunamente, que o padrão ouro internacional foi abolido em 1971, ou seja, o dinheiro não é criado com base nas reservas de ouro, é criado com base na procura de crédito e consequente empréstimo e concepção de nova moeda. Além deste aspecto, não esqueçamos que o dinheiro hoje em dia é essencialmente digital! De todo o dinheiro existente em circulação, apenas 2% é "dinheiro vivo", o resto encontra-se na forma de cheques e algarismos informáticos. Lembram-se do que aconteceu no Chipre? Não é à toa que não havia lá dinheiro físico!
Há quem chame a isto Sistema fraccionário bancário, mas eu chamo-lhe esquema manhoso e obsoleto, obsoleto para o povo que é arrastado para a miséria, mas altamente rentável para a elite de banqueiros. Nunca acharam estranho que com toda esta crise, os bancos continuem a ter lucros exorbitantes? Que continuem a dar prémios descabidos aos seus gestores? Compreendem agora as palavras do Sr. Ulrich, ao dizer que o BPI aguenta. Com uma galinha dos ovos de ouro como esta, é claro que aguenta. Enquanto houver depósitos e empréstimos o sistema vai aguentando, mas há sempre alguém que vai ficando de fora, pois é matematicamente impossível que toda a gente consiga pagar as suas dívidas com os respectivos juros, uma vez que o dinheiro dos juros nem sequer existe na economia... É, leste bem, o montante de dinheiro existente na economia, criado através dos empréstimos, somado aos juros que a este estão acoplados  ultrapassa o montante existente em circulação. Para pagar os juros é preciso fazer novos empréstimos que também são afectados pelos juros, que só poderão ser pagos através de novos empréstimos, e assim sucessivamente. Este é um sistema em que é impossível livrarmos-nos da dívida, pois para a pagarmos temos sempre que contrair uma nova! Acham que o FMI está cá para ajudar? Pensem melhor, pois a "ajuda" internacional é uma factura que vai sair cara!
Um outro aspecto importante nesta paródia monetária, é que todo o dinheiro que vai sendo criado e injectado na economia por estes loucos, não é injectado com base na necessidade ou quantidade de bens e serviços, nem muito menos com base nas reservas de ouro como já foi dito. É injectado para pagar as dívidas, o que faz com que o montante de dinheiro em circulação vá aumentando, o que leva a que o dinheiro recentemente criado vá buscar, ou roubar o seu valor ao dinheiro já existente, pois quanto mais dinheiro houver em circulação menos este vale, é como a batata, se houver muita o seu valor baixa! Só que a batata consome-se, o dinheiro não, todo o dinheiro injectado na economia continuará sempre a existir, a desvalorização é garantida! Isto é que é a inflação, a desvalorização do dinheiro, porque este é tratado como um produto! Para que vejam, em 1945, 1,5kg de pão custava 5 tostões! Em 1990 já custava 5 escudos (50 tostões), e actualmente custa 3 euros (600 escudos, 6000 tostões)! Afinal o que é que mudou no pão? Pronto, tem menos sal, porque "eles" estão preocupados com a nossa saúde...
Este sistema é de loucos, gerido por loucos e alimentado por loucos, mas vai acabar mal, porque é um sistema puramente desumano e insustentável  É como o jogo das cadeiras, em que alguém sempre fica de fora cada vez que a música pára, e as cadeiras estão a acabar...
O seu colapso é inevitável!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Deus está nos Neurónios!

O texto que se segue apresenta novos desenvolvimentos na área da neurociência. Uma vez que não se baseia em correlações metafísicas, sendo exclusivamente focado em informação cientificamente verificada, levanta repercussões filosóficas em relação à interacção humana e à sociedade em que vivemos! Devido à densidade deste texto, e à complexidade dos conceitos científicos aqui apresentados, requerem-se múltiplas visões, uma mente aberta para compreender as suas implicações!

O cérebro Humano é uma rede de aproximadamente 100 biliões de neurónios. Experiências diferentes criam conexões neurais diferentes, que originam emoções diferentes. Dependendo de quais neurónios são estimulados, algumas conexões tornam-se mais fortes e mais eficientes, enquanto outras se podem tornar mais fracas. Isto chama-se Neuroplasticidade!
Alguém que treine para ser um músico, irá criar conexões neurais mais fortes que ligam os dois hemisférios cerebrais, por forma a tornar-se musicalmente creativo. Virtualmente, qualquer talento ou capacidade pode ser desenvolvida através de treino. Racionalidade e controlo emocional funcionam da mesma forma, são ambas conexões neurais que podem ser fortalecidas. O que quer que seja que estejamos a fazer em qualquer momento, está também a modificar fisicamente o nosso cérebro, por forma a melhorar a nossa capacidade nessa tarefa. Uma vez que isto é um mecanismo fundacional do cérebro, estar consciente disto pode extraordinariamente enriquecer a nossa experiência de vida!
Neurociência Social

Neurónios e neurotransmissores específicos, tal como a Norepinefrina, fazem disparar um estado defensivo quando sentimos que os nossos pensamentos ou valores têm que ser protegidos da influência de outros. Se formos confrontados com diferenças de opinião, os químicos libertados no cérebro são os mesmos que asseguram a nossa sobrevivência perante uma situação perigosa. Neste estado defensivo, a parte mais primitiva do nosso cérebro interfere com o pensamento racional, e o sistema límbico pode obstruir a maior parte da nossa memória activa, causando, fisicamente, "Mentalidade Estreita"! Nós vemos isto nas politicas de medo, na estratégia de jogadores de pocker, ou, simplesmente, quando alguém é teimoso numa discussão. Não importa o quão válida uma ideia seja, pois o cérebro terá dificuldade em processá-la neste estado defensivo.
A nível neural, o cérebro reage como se estivéssemos a ser ameaçados, mesmo que esta ameaça venha de opiniões inofensivas, ou factos que, de outra maneira, poderíamos achar uteis e racionalmente concordar.
No entanto, quando nos expressamos e os nossos pontos de vista são apreciados por outros, estes químicos defensivos diminuem no cérebro, e neuro transmissões de Dopamina activam neurónios de compensação, fazendo-nos sentir mais poderosos e com maior auto-estima. As nossas crenças, valores, têm um impacto profundo na química do nosso organismo. É por isto que os Placebos podem ser tão eficazes!
Auto-estima, ou Auto crença, está intimamente ligada ao neurotransmissor Serotonina. Quando a falta dela atinge proporções severas, tende a levar a estados de depressão, comportamento autodestrutivo e até suicídio.
Validação social aumenta os níveis de Dopamina e Serotonina no cérebro, o que nos permite largar fixações emocionais, e ficar mais Auto conscientes mais facilmente.
Neurónios Espelho e Consciência
Psicologia social frequentemente tem em conta a necessidade básica do Ser Humano em se encaixar na sociedade, e chama a isto "Influência Social Normativa".
Quando crescemos, a nossa orientação ética e moral é quase que inteiramente forjada pelo ambiente, portanto as nossas acções são frequentemente o resultado da validação que recebemos da sociedade! Por exemplo, "não roubar porque não é ético, ou por medo das consequências?"
Novos desenvolvimentos na área da Neurociência proporcionam-nos um melhor entendimento sobre cultura e identidade. Pesquisas neurológicas recentes confirmam a existência de Neurónios Espelho Empáticos.
Sempre que sentimos uma emoção, ou executamos uma acção, neurónios específicos disparam. Mas quando observamos outra pessoa executar essa mesma acção, ou quando a imaginamos, por exemplo correr, ou chorar, muitos destes mesmos neurónios voltam a disparar, como se fossemos nós mesmos a executar a acção!
Estes neurónios empáticos conectam-nos a outras pessoas, permitindo-nos sentir o que outros sentem, e uma vez que estes neurónios respondem à nossa imaginação, podemos experienciar um feedback (retorno) emocional vindo deles, como se tivesse vindo de qualquer outra pessoa. É este sistema que nos permite Auto reflectir.
Os neurónios espelho não reconhecem a diferença entre: "Ele e Outros", e é por isto que nós somos tão dependentes de validação social, e temos necessidade em nos encaixar na sociedade. Nós vivemos constantemente na dualidade de como nós nos vemos, e como outros nos vêm. Isto pode resultar em confusão em termos de identidade e auto-estima, e scans cerebrais revelam que nós experienciamos estas emoções negativas antes mesmo de estarmos conscientes delas.
Mas quando estamos conscientes disto, podemos então alterar essas emoções, uma vez que podemos controlar os pensamentos que as causam. Isto é uma consequência neuro química de como as memórias se tornam instáveis quando recuperadas, e de como são restauradas através de síntese proteica.
Auto-observação altera profundamente o funcionamento do nosso cérebro, activando regiões neo corticais auto-reguladoras, o que nos proporciona um incrível controlo sobre os nossos sentimentos e emoções! Sempre que fazemos isto, a nossa racionalidade e controlo emocional são fortalecidos. Quando não estamos conscientes disto, a maioria dos nossos pensamentos e acções são impulsivas, e a ideia de que estamos a reagir ao acaso, não fazendo escolhas conscientes, é instintivamente frustrante. Então, o cérebro resolve este problema criando explicações para o nosso comportamento e, fisicamente, rescreve estas explicações nas nossas memórias através de Reconsolidação da memória, fazendo-nos acreditar que estávamos em controlo das nossas acções.
Este processo é também chamado "Racionalização Inversa", e pode deixar a maior parte das nossas emoções negativas por resolver, e prontas a disparar a qualquer momento, tornando-se um alimento constante à nossa confusão, enquanto o nosso cérebro continua a tentar justificar o porquê do nosso comportamento irracional.
Este complexo, quase que esquizofrénico comportamento subconsciente, é o resultado de um sistema paralelo distribuído amplamente no nosso cérebro. Não existe um centro específico de consciência. A aparência de unidade é, de facto, cada um destes circuitos separados a serem activados e expressados a um dado momento.
As nossas experiências estão constantemente a alterar as nossas conexões neurais, alterando fisicamente o sistema paralelo, que é a nossa consciência. Modificações directas neste sistema podem ter consequências surreais, que levantam questões sobre o que é consciência, e onde é que realmente está!
Se o hemisfério cerebral esquerdo for desconectado do direito, como é no caso de pacientes com o cérebro dividido, normalmente, é possível continuar a falar e a pensar através do hemisfério esquerdo, enquanto o hemisfério direito terá capacidades cognitivas muito limitadas. O lado esquerdo do cérebro não sentirá falta do lado direito, apesar disto alterar profundamente a nossa percepção. Uma consequência disto é a incapacidade em descrever a face direita de outra pessoa. No entanto, nunca será mencionado, ou visto sequer como um problema, uma vez que nem chega a perceber que algo mudou. Uma vez que isto afecta mais do que a nossa percepção do mundo real, pois afecta também as nossas imagens mentais, trata-se não só de um problema sensorial, mas também de uma mudança fundamental na nossa consciência.
Cada neurónio tem uma voltagem que pode mudar quando iões fluem para dentro ou para fora destas células. Quando a voltagem de um neurónio atinge um certo nível, ele dispara um sinal eléctrico para outros neurónios que irão repetir o processo. Quando vários neurónios disparam ao mesmo tempo, é possível medir estas alterações na forma de uma onda.
Ondas cerebrais sustentam praticamente tudo o que nos vai na mente, incluindo memória, atenção, e até mesmo inteligência. À medida que oscilam em diferentes frequências, são classificadas em bandas, tais como Alpha, Theta e Gamma. Cada uma está associada a tarefas diferentes. Ondas cerebrais permitem às células cerebrais sintonizar-se na frequência correspondente à sua tarefa particular, ignorando sinais eléctricos irrelevantes, tal como o funcionamento de um rádio, sintonizando numa estação de rádio no meio de outras.
A transferência de informação entre neurónios torna-se óptima quando as suas actividades são sincronizadas. Esta é a mesma razão pela qual experienciamos Dissonância Cognitiva, a frustração causada pelo facto de, simultaneamente mantermos duas ideias contraditórias.
Vontade é apenas um meio para reduzir a dissonância entre cada um dos nossos circuitos neurais activos.
Evolução pode ser vista como um processo igual a este, onde a natureza tenta adaptar-se ao seu ambiente. Ao fazê-lo, evolui ate ao ponto em que que fica consciente, e começa a ponderar a sua própria existência. Quando uma pessoa enfrenta o paradoxo de querer ter um propósito, enquanto pensa que a existência humana é de pouca importância, ocorre dissonância cognitiva.
Ao longo da história, isto levou muitos a procurar orientação espiritual e religiosa, desafiando a ciência, e a sua falha em responder a questões existenciais, tais como "Porque Sou?" ou "O que Sou?".
O hemisfério cerebral esquerdo é amplamente responsável pela criação de um sistema de crenças coerente, por forma a manter um sentido de continuidade nas nossas vidas. Novas experiências recaem sobre o sistema de crenças pré-existente, e quando não vão de acordo com ele, são simplesmente negadas.
A contrabalançar isto, está o hemisfério cerebral direito, que tem tendência a fazer o oposto.
Enquanto o hemisfério esquerdo tenta preservar o modelo, o hemisfério direito está constantemente a desafiar o Status Quo. Quando anomalias discrepantes de tornam demasiado intensas, o hemisfério direito força uma revisão sobre a nossa visão do mundo. No entanto, se as nossas crenças forem demasiado fortes, o hemisfério direito pode não ter sucesso em rescrever a nossa negação. É por esta razão que pessoas mais idosas têm maior dificuldade em aceitar certos comportamentos actuais da sociedade.
Isto pode criar uma profunda confusão quando nos espelhamos em outros. Quando as conexões neurais, que fisicamente definem o nosso sistema de crenças, não estão bem desenvolvidas, ou activas, então a nossa consciência, a unidade de todos os circuitos activos separados, nesse momento pode consistir principalmente de actividade relacionada com os neurónios espelho. Tal como quando sentimos fome, a nossa consciência consiste maioritariamente de outras interacções neurais para consumir comida.
Isto não é o resultado de algum "Eu Central", que envia diferentes comandos para diferentes áreas cerebrais. Todas as diferentes partes do cérebro ficam activas e inactivas, e interagem sem um centro específico.
Tal como os pixels numa imagem, que podem expressar-se como uma imagem reconhecível uma vez unidos, a convergência de interacções neurais expressa-se como consciência.
A cada momento, nós somos, na verdade, uma imagem diferente, uma entidade diferente quando nos espelhamos em outros, quando temos fome, quando lemos este texto... A cada segundo, tornamo-nos pessoas diferentes, à medida que progredimos por estados diferentes.
Quando usamos os neurónios espelho para olharmos para nós mesmos, podemos construir a ideia de identidade. Mas quando fazemos isto com compreensão cientifica, vemos algo completamente diferente.
As sinergias neurais que produzem a nossa ondulante consciência vão muito além dos nossos próprios neurónios. Nós somos igualmente o resultado de interacção electroquímica entre hemisférios cerebrais, como somos dos sentidos que conectam os nossos neurónios a outros neurónios no nosso ambiente. É como ganhar sotaque. Nada é externo. Isto não é uma filosofia hipotética, é a propriedade básica dos neurónios espelho, que nos permite percebermo-nos através de outros. Ver esta actividade neural como apenas nossa, excluindo o ambiente, é um equívoco.
As nossas características como Superorganismo estão também reflectidas na nossa evolução, quando a nossa sobrevivência enquanto primatas dependia das nossas habilidades colectivas. Com o decorrer do tempo, regiões neo corticais evoluíram para permitir a modulação de instintos primitivos, assim como a subscrição de impulsos hedonistas, isto em benefício do grupo.
Os nossos genes "egoístas" vieram a promover comportamentos sociais recíprocos em estruturas superorganismais, descartando com eficiência a noção de sobrevivência do mais forte.
A actividade neural do cérebro ressoa mais coerentemente quando não há dissonância entre estas novas regiões cerebrais avançadas e as mais antigas, mais primitivas.
Aquilo que tradicionalmente chamamos de tendência egoísta, é uma curta interpretação sobre a implicância do comportamento de "self-service", em que características humanas são percebidas através de um falso paradigma de identidade, em vez de serem percebidas através da visão científica sobre o que somos: "Uma expressão momentânea de unidade em constante mudança, sem um centro específico".
As consequências psicológicas disto, enquanto sistema de crenças objectivo, permitem ter autoconsciência sem ligações ao "Eu imaginário", causando aumentos dramáticos de claridade mental, consciência social, auto-regulação, e aquilo que muitas vezes é descrito como "Estar no Momento".
A crença cultural mais comum tem sido maioritariamente a de que precisamos de uma narrativa, uma visão diacrónica nas nossas vidas, para estabelecer valores morais. Mas com os nossos conhecimentos actuais sobre a natureza empática e social do cérebro, sabemos agora que uma visão puramente científica, sem apego à nossa identidade ou história, produz um paradigma ético e com sentido, muito mais acertado do que os nossos patéticos valores.
Isto é lógico, uma vez que a nossa tradicional tendência para nos definirmos como constantes individualistas imaginárias, desenvolve e programa o cérebro em direcção a processos cognitivos disfuncionais, tais como rotulação compulsiva, e a necessidade psicológica de impor expectativas.
Rotulação prática está presente em todas as formas de interacção nas nossas vidas, mas ao rotular psicologicamente o "Eu Próprio" como interno, e o ambiente como externo, reprimimos os nossos processos neuro químicos, e experienciamos uma desconexão iludida.
Crescimento, e os seus efeitos laterais evolucionários, tais como a alegria e satisfação, são estimulados quando não estamos a ser rotulados durante as interacções. Podemos ter vários pontos de vista, e discordar de um ou de outro em termos práticos, mas interacções em que contudo nos aceitam por aquilo que somos, sem julgamento, são catalistas neuro psicológicos que programam o cérebro humano para reconhecer outros e aceitar sistemas de crenças racionalmente verificados, sem dissonância. Estimular este tipo de actividade neural e interacções, alivia a necessidade de distracções ou entretimento, e cria ciclos de comportamento construtivo no nosso ambiente.
Sociologistas estabeleceram que fenómenos tais como a obesidade ou fumar, emoções e ideias, espalham-se e ondulam pela sociedade na mesma forma que sinais eléctricos entre neurónios são transferidos enquanto a sua actividade é sincronizada.
Nós somos uma rede global de reacções neuro químicas.
O ciclo Auto amplificador de aceitação e reconhecimento, sustentado pelas escolhas diárias nas nossas interacções, é a reacção em cadeia que, em último plano, irá definir a nossa habilidade colectiva de superar diferenças imaginárias, e olhar para a vida de acordo com "O Grande Esquema das Coisas".

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Lunáticos, Milionários e Corporatocratas!

“Caro iniciado, bem vindo à Irmandade. Encontramo-nos agora em um dos pontos mais excitantes da nossa longa história. Os nossos fundadores partilhavam uma paixão e um sonho, o de transformar este país, e eventualmente todo o Mundo, em uma organização coesa.
Quando a Irmandade terminar a sua obtenção de controlo centralizado sobre todos os recursos naturais do planeta, e vamos fazê-lo, poderemos então organizar, distribuir e governar de forma controlada, para beneficio de todos. Assim que toda a competição e deslealdade forem eliminadas, construiremos uma utopia, para ser partilhada pelos povos do Mundo, com base na necessidade, onde rejubilaremos juntos, neste harmonioso Novo Mundo!
Deixa-me então mostrar-te o importante papel que tu vais ter, no alcançar do nosso objectivo principal, e viajemos juntos para este excitante Novo Mundo!
Todas as pessoas estão cientes da existência de classes sociais. Para eles, a sociedade é feita de ricos, classe média e pobres. O que estas três classes não compreendem, é que a pirâmide continua a subir, e no verdadeiro topo, encontra-se a verdadeira elite, que controla toda a pirâmide, a Irmandade!
As três classes inferiores são, essencialmente, activos e recursos da Irmandade!
A Irmandade está dividida em vários ramos administrativos, e em cada ramo, existem os mesmos cinco níveis hierárquicos! Começarás pelo fundo, no nível de iniciado! Como tal, o teu papel será assegurar que as tuas ordens sejam levadas ás sub-instituições e corporações controladas pela Irmandade. Serás colocado bem à vista de todos, na frente de uma corporação ou instituição do sector público, para dares seguimento aos planos vindos de cima. Lembra-te, tu tens um papel fundamental. Tu serás a cara da Irmandade aos olhos do Mundo Exterior. Serás a nossa conexão às massas inferiores. Nunca falarás publicamente sobre as tuas verdadeiras ordens, ou mestres.
Vejamos então os seis ramos administrativos da irmandade, e as suas funções.
Como já te disse, serás então colocado numa posição de topo, num dos sectores que seguidamente mencionarei. Desta forma, enquanto és monitorizado e guiado de cima, tu decidirás estratégias e introduzirás programas que ajudarão o nosso propósito. Este é o segredo para o sucesso da Irmandade, se controlares a cabeça, controlarás o corpo!
Temos então o sector Bancário e dos Negócios!
Este sector tem sido ,certamente, o nosso principal instrumento de controlo. Através de bancos internacionais, manipulámos a fé de todos os países. Introduzimos várias instituições, tais como o FMI, ou a OMC (Organização Mundial de Comércio), que actuam a nosso favor, empobrecendo nações desobedientes. Lembra-te sempre, dívida é uma arma poderosa que pode ser usada contra aqueles que não partilham a nossa visão.
Neste sector, a nossa maior conquista, é o sistema de reserva federal. É uma colecção de bancos internacionais pertencentes a membros da Irmandade e seus financiadores. Este sistema foi criado com o propósito de formar um sistema bancário centralizado, através do Acto de Reserva de 1913, Acto este que, inclusivamente, foi escrito por alguns dos nossos mais estimados membros.
Muitos de vós assumem que são os governos que imprimem e definem a moeda em circulação, mas isto é uma falácia. Quando a América precisa de dinheiro, eles vão ter com o nosso pessoal da Reserva Federal, e pedem gentilmente! O Dinheiro é então impresso, ou digitalizado, mas representa apenas um empréstimo, ao qual aplicamos juros até à liquidação da dívida. Na verdade, a maior parte dos impostos colectados pelos governos, revertem para o pagamento destes juros da divida acumulada. Portanto, como podes ver, a Irmandade tem um vasto suprimento de fundos, vindo directamente da dívida pública, do bolso de cada um! Esta conquista é uma das maiores razões de orgulho da nossa Irmandade.
Através de fusões e aquisições, lenta e silenciosamente apoderámo-nos da maioria da indústria Americana. Os nossos estimados membros, detém praticamente toda a indústria do petróleo, transportes, bancos, imprensa e comunicação social, sector das telecomunicações e muito mais, em toda a América e resto do Mundo. Através de menos, e cada vez menos conglomerados de corporações, conseguimos afectar com grande precisão os mecanismos de emprego e governação.
Em última análise, corporações irão substituir os governos, como um corpo Internacional centralizado, capaz de dar resposta às necessidades da população em todo o Mundo, sem o caos criado pelo interesse próprio e nacionalismos! Quando a Irmandade se tornar pública, o corporativismo será a fundação para um governo Mundial. Conglomerados vão fundir-se em uma grande cooperação coesa, responsável pelos interesses da Irmandade, e a sua necessidade de imposição Mundial pela força!
O Exército e os Serviços de Inteligência são outra ferramenta impressionante ao nosso dispor. Nós facilmente levámos estas instituições a servir como um protótipo para a nossa policia global. Quando prontos, a nossa supremacia bélica e tecnológica dominará sobre qualquer um que se oponha ao domínio da Nova Ordem Mundial!
Utilizando o patriotismo Norte-Americano, nós forjamos o soldado Americano, com a filosofia de que paz pode ser obtida através do uso de força superior. Quando for o momento certo, migraremos essa mentalidade para a convicção de que necessitamos de um único governo mundial, que deve proteger todas as pessoas através de força superior. Nós utilizamos o complexo industrial do exército americano para construir o arsenal necessário para instigar a limpeza final, trazendo assim à luz do dia o grande plano da Irmandade. Os nossos alvos primários, serão as nações Islâmicas, que nunca se iriam submeter ao domínio ocidental. Para além disto, eles também detêm as maiores reservas de petróleo do Mundo, e a Irmandade necessita tomar posse desse precioso recurso, uma vez que é crucial para manter o nosso domínio sobre outras nações. Através de altos financiamentos ao exército, nós conseguimos com sucesso desenvolver novas formas de guerra e diminuição de população. O público, nem imagina o que somos capazes de fazer, e as metas que estamos a alcançar! Até o clima, será uma arma sob o nosso controlo! Imagina, criar secas ou inundações, tornados, e até mesmo tsunamis, sem impressões digitais nossas…
O Sistema Político da América tem estado debaixo de controlo directo desde há muito tempo! Foi, na verdade, um processo de aquisição muito simples, e tem sido ainda mais fácil de gerir. Políticos sabem dos seus negócios escuros, e farão tudo para permanecer no poder.
Um sistema de dois partidos beneficia a Irmandade, pois dá ás pessoas a ideia de democracia, e que podem escolher. Através dos meios de comunicação social, enfatizamos uma disputa partidária de ideologias por poder político, utilizando e financiando cada um dos lados de acordo com as nossas necessidades. Dado o crescente aumento da abstenção eleitoral e extremistas que não se sentem representados pelos seus líderes eleitos, decidimos permitir a criação de mais partidos políticos. Isto reduz a ideia de eleições forjadas, e no final de contas, serve para criar uma base de dados sobre potenciais revoltosos extremistas, por afiliação a partidos de extrema!
O nosso interesse pela Educação surgiu há mais de um século, quando nos demos conta de que criando uma organização que dicte currículo a nível federal, as crianças podem ser condicionadas à obediência, a uma escala global.
Com o intuito de levar até dentro da sala de aula os princípios da Irmandade, milhões e milhões de dólares foram investidos na criação de um quadro geral de educação, em 1902.O resultado disto é evidente nos dias de hoje. As doutrinas do ensino público transformaram gerações recentes numa massa muito mais fraca e dócil. Planeando meticulosamente os currículos, nós temos acesso ao processo de aprendizagem de cada um, e assim, transformamo-los individualmente, mas de forma colectiva, em trabalhadores obedientes, espertos o suficiente para trabalharem para nós, mas ignorantes quanto baste para não questionarem sobre os seus verdadeiros mestres, nem a implementação do nosso grande plano.
Além disto, a Irmandade criou várias instituições em torno desta, tais como a Associação de História Americana, que determina e mantém a visão oficial de factos históricos. Conhecimento é poder, e é por isto que devemos a qualquer custo, ser os autores da verdade! Escrevendo a história de acordo com as nossas necessidades, podemos influenciar vastas massas a agir como queremos, no caminho para o nosso objectivo final.
A Irmandade usa os Meios de Comunicação Social para moldar a opinião pública sobre eventos actuais, e cria atitudes desejáveis aos nossos planos para o futuro. Através de notícias, entretimento e publicidade, podemos programar uma variedade de respostas e emoções na inconsciência colectiva. No passado, este era um trabalho árduo e moroso, dada a necessidade de impressão em papel, mas nos dias de hoje, com as novas tecnologias, é infinitamente mais fácil chegar a cada individuo, mudando massas inteiras de acordo com os nossos desígnios, mudando ideologias e valores cirurgicamente.
Por exemplo, estamos agora numa fase em que cultivamos na população uma preocupação com a natureza e com o clima. Com o nosso controlo do clima, usaremos o HAARP para instigar medo nas populações, forçando-as a aceitar os nossos programas de protecção ambiental. Passaremos então à fase de limpeza final, que terá que ocorrer, para retornar a população Mundial a um tamanho manejável. Através de programas e shows de televisão, nós reforçámos o individualismo de cada um como forma de sobrevivência, em oposição, claro está, à reciprocidade da sobrevivência de grupo. Isto quebra a ideia de comunicação, e cria indivíduos que buscam apenas o interesse próprio. Com um público que é permanentemente suspeito e individualista, nós facilmente mantemos o status Quo de uma população dividida e incapaz de se rebelar!
A Religião serviu o seu propósito de forma incrível. É a mais velha e, provavelmente, a mais brilhante forma de controlo social massivo usada pela Irmandade.
Na religião, existe um código de conduta, escrito, que deve ser seguido. Os autores das sagradas escrituras sabiam perfeitamente como ornamentar estes códigos com imposições, para manter o seu domínio sobre populações. Este sistema sobreviveu por milénios, mantendo o rebanho junto, e trazendo-nos até aos dias de hoje. Admitidamente, hoje em dia a religião está em claro declínio, a perder o seu poder e controlo. No entanto, o fanatismo que tem vindo a aumentar com este declínio, é estrategicamente útil à nossa causa. A nossa influência invisível na igreja, fez sair de trás da cortina os cristãos fundamentalistas, cuja opinião sobre factos actuais nós moldamos através de politicas escritas aqui mesmo, na sede da Irmandade. Estas politicas, ou directrizes, são então enviadas aos nossos ministros da igreja, para então pregarem a palavra de Deus, e as suas interpretações da bíblia aos seu seguidores. A sua fé cega, é usada para transformar outros em soldados obedientes, dispostos a defender a nossa causa, nas catástrofes que se avizinham. Assim que a fase final começar, nós iremos propagar profecias sobre o fim dos tempos, para os convencer ainda mais das suas convicções!
O aumento do fundamentalismo Islâmico, serve vantajosamente a Irmandade, como uma ameaça que exige uma acção violenta. Nos próximos anos, vários ataques terroristas vão dar origem a uma retaliação a nível Mundial, iniciando assim a fase final do grande plano. Os cristãos irão apoiar as nossas acções, pois acreditarão que é o melhor nestes tempos do fim, tal como fora profetizado pelos líderes religiosos, da Irmandade.
Agora que já tens um entendimento básico de como funciona a Irmandade, deixa-me mostrar-te um dos nossos últimos projectos, a grelha de controlo.
Desde tempos antigos que é desejo dos nossos membros manipular as massa inferiores, sobre tudo para nos proteger deles, mas também para os proteger deles mesmos. As armas usadas ao longo dos tempos têm sido eficazes, mas não com grande precisão. Mas agora, que libertámos o acesso à tecnologia por parte das massas, nós temos a real habilidade para implementar uma grelha de controlo, com finanças, indústria, governo e exército, sob um regime de controlo único. Assim, poderemos facilmente embarcar a população em direcção a este novo Mundo, de forma controlada, e monitorizada pela Irmandade.
Tecnologias como a Internet, GPS, chips de identificação, são pilares da prisão invisível que estamos a erigir em volta das pessoas. Em poucas décadas, teremos verdadeiros cartões de identidade que contém registos criminais e toda a informação possível, tudo ligado à mesma base de dados federal. Através das agências de Inteligência e protecção da pátria, iremos monitorizar todo e qualquer individuo que se oponha ao grande plano, e removê-lo-emos da grelha se necessário, perdendo assim acesso a todo o sistema. Com isto, a população irá rapidamente perceber que tem uma escolha em mãos, apoiar o sistema e beneficiar dos seus luxos, ou ser rejeitado, e perder o acesso à grelha.
Nós estamos nos últimos dias da escuridão. Juntos em segredo, nós esperámos para começar a fase final no nosso grande plano. O sol está a nascer, e com ele virá um glorioso amanhecer neste novo Mundo. Como membro da Irmandade, tu estás acima das limitações do nacionalismo, classe ou religião. Tu és agora um membro dos Iluminados. A tua lealdade e devoção, reside apenas em nós. Ajuda-nos a levar a bom porto o nosso plano. Juntos, iremos orgulhosamente iniciar a Nova Ordem Mundial!”

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Natureza Humana VS Comportamento Humano

Influência! Todos nós já ouvimos o termo vezes sem conta e, a grande maioria pensa verdadeiramente saber o seu significado, ou como se manifesta, e então vivem agarrados à ideia de que a nossa forma de estar neste mundo, a nossa personalidade, é determinada pela “Natureza Humana”.
Para percebermos o erro inerente a este conceito, precisamos perceber antes de mais que é impossível compreender como funciona a biologia fora do contexto ambiental.
Uma das ideias mais difundidas entre o ser humano, e potencialmente perigosa, é a ideia de que determinado comportamento é genético. Para aqueles que conhecem um pouco de biologia moderna, esta ideia pode conduzir a imensas respostas lógicas, mas, para a grande maioria das pessoas, significa que os genes são coisas (pois na verdade não sabem do que se trata realmente) imutáveis, e que levam a comportamentos inevitáveis, numa espécie de visão determinista da vida! Esta visão, para além de errada e potencialmente perigosa, é prejudicial porque acreditam de tal modo nisto, que pensam que não há nada que possa ser feito para mudar, por exemplo, a predisposição que as pessoas possam ter em se tornar violentas, e acreditam que a única solução é prende-las e/ou puni-las, e então inventam-se leis, como tentativa de resolver problemas que não sabem como resolver. Na verdade, esta linha de pensamento confere o luxo de ignorar o passado e o presente de factores históricos, sociais e económicos, e é o pretexto ideal para ignorar as verdadeiras razões que estão por trás da maioria dos comportamentos aberrantes que hoje vemos, porque a maioria acredita que é algo imutável, que está nos genes, e que não há nada a que possa ser feito para mudar.
Para melhor percebermos o absurdo que é esta linha de pensamento, podemos analisar determinadas doenças e distúrbios que, ainda hoje, são vistas como geneticamente programadas. Existem algumas, é verdade, mas são muito raras e dispersas na sociedade. A maioria das doenças que conhecemos, cardíacas, cancro, reumatismo, doenças auto imunes em geral, assim como distúrbios mentais e vícios, podem ter em nós uma predisposição derivada de um componente genético mas, predisposição, não é o mesmo que predeterminação, conceito este que abala toda a pesquisa feita em torno das causas das doenças no genoma humano!
Por exemplo, em cada 100 mulheres com cancro da mama, apenas 7 possuem os genes que conferem a predisposição para o cancro, 93 não! E em 100 mulheres que possuam este gene, esta predisposição genética, nem todas terão cancro.
É importante perceber papel dos genes nas nossas vidas, e perceber que eles por si só não determinam coisa nenhuma, salvo muito raras excepções. Aquilo que os genes nos conferem na realidade, são formas diferentes de reagir ao ambiente, é uma contribuição genética que define a prontidão, ou forma, com que cada um reage a um determinado desafio ou situação imposta pelo ambiente. Como já foi referido, não podemos analisar biologia, e obviamente genética também, fora do contexto ambiental.
Uma forma simples de perceber isto, é olhando para trás, para as influências a que estivemos sujeitos na nossa infância, influências vindas essencialmente dos pais, que acabam por afectar a nossa expressão genética, ligando e desligando diferentes genes, de modo a que a nossa linha de desenvolvimento seja compatível com o mundo em que vivemos. Para quem quiser, fiquem com esta expressão:
“Filho de peixe sabe nadar”!
Para perceber isto, precisamos familiarizar-nos com o conceito de epigenese, ou efeitos epigenéticos!
Na nova Zelândia, foi realizado um estudo numa cidade chamada Dunedin, estudo esse que envolvia alguns milhares de indivíduos, desde o seu nascimento até aos 20 anos de idade! Um dos resultados deste estudo, foi que conseguiram identificar uma mutação genética, um gene anormal que tem alguma relação com a predisposição para a violência, mas só em indivíduos que foram severamente abusados na infância! Isto é um efeito epigenético.
Uma outra forma interessante de explicar este efeito, ou fenómeno, é através de experiências realizadas em ratos. Existe um gene responsável pela codificação de uma proteína relacionada com a aprendizagem e a memória (OTX2), que nos confere predisposição para a aprendizagem, ou não, não caso do seu défice (facto que devia ser levado muito em conta por muitos professores)! Então, nesta experiência realizada em ratos, foi-lhes retirado esse mesmo gene, de modo a que ele e os seus descendentes não o possuíssem mais, e o resultado obtido, foi que os ratos manifestaram claramente dificuldade em aprendizagem! Com isto remetemo-nos para uma visão fechada deste resultado, que seria “uma base genética para a inteligência”! No entanto, e seguindo esta experiência, verificou-se que se esses ratos, agora geneticamente deficientes, com dificuldade em aprendizagem, forem criados num ambiente mais rico e estimulante do que uma gaiola de laboratório normal, eles superam completamente esse défice, e desenvolvem a capacidade de aprendizagem!
Uma outra questão digna de abordagem, é o estudo, ou entendimento do que são os vícios.
A primeira coisa que as pessoas pensam quando se fala em vícios, é as drogas… no entanto, se procurarmos definir o que é um vício, veremos que vício é todo o comportamento que esteja associado à ânsia por um alivio temporário, com consequências negativas a longo prazo, juntamente com a perda do controlo sobre isso, de modo que a pessoa quer largar o vício, ou promete fazê-lo, mas não consegue! Assim, é fácil perceber que existem muitos mais vícios do que aqueles que estão relacionados com o consumo de drogas, tais como o vício de fazer compras, o vício em comer, o vício no futebol, na Internet, no trabalho, em joguinhos electrónicos, no farmville…
Existe também o vício no poder, aliás, muito exaltado na nossa sociedade. Pessoas que têm poder, mas que querem mais e mais… Pessoas que são viciadas no petróleo, ou pelo menos na riqueza e nos produtos que nos são acessíveis através dele, sem olhar ás consequências negativas que isto tem no meio ambiente. Aparentemente, quanto maior for o dano causado, mais respeitável é o vício, na nossa sociedade actual. O executivo da empresa de tabaco que mostrar mais lucro, irá receber uma recompensa maior. Porém, doenças relacionadas com o fumo do tabaco, matam em média 5 milhões e meio de pessoas por ano. Esse executivo é viciado em quê? Em lucro, e não enfrenta qualquer consequência negativa legal, nem de qualquer outro tipo, proveniente da sua actividade! Na verdade, ele está de tal forma viciado neste lucro, que se recusa a reconhecer o impacto das suas actividades, o que é típico dos viciados, a negação! Vejam os fumadores, quantas vezes já nos ouviram dizer que vamos deixar de fumar, que é quando quisermos, que não somos viciados… Voltando ao vício no lucro, este é considerado respeitável, o lucro a todo o custo, portanto podemos ver que o que é aceitável e respeitável ou não na nossa sociedade, é um fenómeno altamente arbitrário.
Também nesta questão dos vícios, há um mito comum ( uma falácia ) de que as drogas por si só são viciantes, e criou-se a ideia de que proibindo a fonte das drogas, se resolveria o problema da dependência, e então inventámos mais leis… de notar, consumir drogas não é um crime, é um distúrbio!
Se considerarmos o vício no seu sentido mais amplo, já antes demonstrado, veremos que nenhuma substância é por si só viciante, assim como nenhum comportamento é por si só viciante. Nem todos aqueles que bebem um copo de vinho, se tornam alcoólatras. Nem toda a gente é viciada em comer compulsivamente!
O vício é, nada mais, nada menos, que a combinação de um individuo susceptível com as substâncias ou comportamentos potencialmente viciantes, que contribuem depois para o desenvolvimento da dependência.
É exactamente por isto, que a nossa atenção tem que recair sobre a questão da susceptibilidade.
Para entendermos o que pode tornar algumas pessoas susceptíveis ou não, temos que considerar a sua experiência de vida, que não só molda a personalidade das pessoas, como também molda fisicamente os seus cérebros de maneiras muito específicas. Esta experiência de vida, começa no útero!
A partir do momento em que somos um feto, estamos sujeitos a um ambiente, a qualquer informação que chegue até nós através da circulação da mãe, tal como níveis de nutrientes, hormonas… um excelente exemplo disto, é a chamada “Fome Holandesa”.
Em 1944, os nazis ocuparam a Holanda e, por vários motivos, decidiram retirar-lhes a comida e encaminhá-la para a Alemanha. Durante vários meses, o povo de lá ficou faminto, dezenas de milhares morreram à fome. Ora, um feto no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, durante este período de fome, acaba por aprender algo único nesse período, informação do ambiente exterior através da circulação da mãe, e uma mãe faminta, apresenta baixos níveis de nutrientes! Esta informação vai obviamente chegar ao feto, que está a tentar adaptar-se ao ambiente que vai encontrar cá fora! Uma vez que lhe chegam poucos nutrientes, esse feto vai aprender e auto programar-se para ser muito poupado com as gorduras e os açucares, e isto vai ter impacto por toda a sua vida, esta predisposição gerada para armazenar nutrientes! Uns anos mais tarde, e este feto, agora adulto, terá muito mais predisposição, ou propensão, para ter tensão alta, obesidade, entre outros problemas relacionados com o excesso de armazenamento de nutrientes. Isto é um ambiente muito precoce a ter efeitos muito sérios na nossa vida adulta!
O mesmo acontece com mães que foram sujeitas a stress durante a gravidez. Um estudo Britânico, mostra que mulheres abusadas durante a gravidez, têm um nível maior de hormonas (cortisol) nas suas placentas durante o parto, e os seus filhos são mais propensos a condições que os tornarão predispostos a vícios por volta dos 8 anos. Não há dúvidas de que o pré-natal tem um enorme impacto no desenvolvimento do ser humano, isto porque durante esse período, o seu desenvolvimento é moldado também pelo ambiente social e psicológico, ou seja, a biologia dos seres humanos é muito afectada e programada pelas experiências dentro do útero.
Também sobre esta questão do ambiente como factor de mutação no desenvolvimento humano, particularmente no desenvolvimento do cérebro humano, não podemos esquecer um aspecto extremamente importante, o facto de que este desenvolvimento continua a ocorrer sob o impacto do ambiente, também após o nascimento. Para clarificar esta ideia, se nos compararmos ao cavalo, que consegue correr logo no primeiro dia de vida, verificamos que nós, humanos, quando nascemos, somos pouco desenvolvidos, mesmo a nível cerebral. Só por volta dos dois anos de idade, é que conseguimos reunir tanta coordenação neurológica, equilíbrio, e força muscular, e isto deve-se ao simples facto de que no cavalo, todo o desenvolvimento cerebral acontece dentro do útero e, no nosso caso não. Parte do nosso desenvolvimento cerebral, acontece já fora do útero. Isto tem a ver com simples lógica evolutiva, pois conforme a cabeça cresce, desenvolve-se o cérebro anterior, que nos caracteriza como espécie humana, ao mesmo tempo que aprendemos a andar em duas pernas, o que leva a um estreitamento da pélvis, para possibilitar, ou facilitar a locomoção, e, assim, ficamos então com uma pélvis mais estreita, uma cabeça maior! Pois é, é verdade, temos que nascer prematuros, pois se o desenvolvimento fosse completo dentro do útero, seria impossível o parto, e a gravidez seria insustentável!
Então, já vimos que a maior parte do desenvolvimento cerebral humano ocorre fora do útero, sob o impacto directo do ambiente exterior, e é deste ambiente que vai recolher estímulos que vão moldar o desenvolvimento do cérebro.
O conceito de Darwinismo neural, defende que os circuitos que recebem do meio ambiente informação apropriada, vão desenvolver-se da melhor forma, e os que não receberem, vão desenvolver-se mal, ou nem se desenvolverão. Por exemplo, se colocarmos, à nascença, um bebe com olhos perfeitamente funcionais dentro de um quarto escuro durante 5 anos, ele vai ficar cego para o resto da vida, uma vez que os circuitos de visão requerem luz para se desenvolverem, e sem esta luz, até mesmo os circuitos mais básicos, presentes e activos na criança aquando do nascimento, vão atrofiar e morrer, e novos não vão aparecer.
Todos nós, a dada altura, já percebemos que não temos memórias anteriores aos 18 meses de idade sensivelmente, e isto deve-se a um facto muito simples. O hipocampo, estrutura cerebral que codifica as lembranças, só começa a desenvolver-se após os 18 meses de idade, e só acaba o seu desenvolvimento muito mais tarde. Estas lembranças, representam a memória explicita, pois são a recordação de factos, detalhes, episodeos e circunstâncias. No entanto, existe outro tipo de memória, a memória implícita, que é uma memória emocional, na qual o impacto emocional e a interpretação do bebé das experiências emocionais é impregnada no cérebro, na forma de circuitos nervosos prontos a disparar sem uma recordação específica. Um bom exemplo disto, são as pessoas que foram adoptadas, pois muitas vezes sentem por toda a vida um sentimento de rejeição. Elas não se recordam da adopção nem da separação da mãe biológica, pois não há como recordar, mas a memória emocional da rejeição e separação fica profundamente enraizada nos seus cérebros. O que vemos mais tarde, é que elas são mais propensas a uma reacção emocional mais intensa quando rejeitadas, do que outras pessoas. Isto não vale, como é evidente, só para quem foi adoptado, mas tem um efeito particularmente forte nestas pessoas, devido a esta memória implícita.
No caso dos bebés prematuros, que muitas vezes vemos em incubadoras, sabe-se já que se forem acariciadas nas costas durante 10 minutos por dia, isto estimula o desenvolvimento cerebral. Portanto, podemos ver o quão importante é o toque humano, e logo, o afecto assim demonstrado.
Na sociedade há uma infeliz tendência para dizer aos pais para não segurarem os seus filhos, para não os abraçarem quando choram, por medo de mimá-los, ou como forma de os encorajar a dormir durante a noite, e, na verdade, este concelho é exactamente o oposto do que a criança precisa. Na realidade, o que acontece é que a criança até pode acabar por adormecer, não porque percebeu, mas pelo cansaço, porque desiste, e o seu cérebro desliga como forma de proteger da sua vulnerabilidade de ser abandonado pelos pais. No entanto, o que vai ficar gravado nas suas memórias implícitas, é que ninguém quer saber dela, pois essa é a sua natural interpretação dessa sua emoção.
De certo modo, existe um mecanismo de passagem de informação aos filhos que é inerente aos pais e, quase que inconscientemente, essa informação é passada na forma de emoções e estímulos, ou porque estamos deprimidos, ou zangados, ou alegres, tudo isto tem um poderoso efeito programador no desenvolvimento da criança. Isto é sensibilidade prematura, e é presente em muitas outras espécies, até mesmo em plantas. Trata-se de um processo prematuro de adaptação ao tipo de ambiente em que se estão a desenvolver. No caso dos humanos, essa adaptação é á qualidade das relações humanas. Então, a criança vai recolher como que uma “prova” do tipo de mundo em que vai crescer. Irá crescer numa sociedade onde precisa lutar para conseguir algo, onde tem que estar alerta, cuidar de si mesmo, aprender a não confiar nos outros?
Ou irá crescer numa sociedade onde depende da reciprocidade, da mutualidade, cooperação, onde a empatia é importante, onde a sua segurança depende de boas relações com outras pessoas? Precisará então de um desenvolvimento emocional e cognitivo muito diferente, e com isto devemos levar algo em conta.
Durante a infância, basicamente, duas coisas podem correr mal.
Uma, é quando acontecem coisas que não deviam acontecer, outra, é quando coisas que deviam acontecer, não acontecem.
Na primeira categoria, estão as experiências dramáticas, o abuso e o abandono.
Na segunda, está a atenção dos pais, tranquila e equilibrada, que todas as crianças necessitam, mas que nem todas recebem. Estas crianças não são abusadas, mas a presença estimulante de pais emocionalmente dispostos, simplesmente não está disponível para elas, por causa do stress social e familiar.
O psicólogo Allan Shore chama a isto “abandono próximo”, em que os pais são fisicamente presentes, mas emocionalmente ausentes.
Como já foi dito antes, nada pode ser compreendido isoladamente do seu ambiente. O termo cientifico moderno para isto é “Natureza Bio Psico Social” do desenvolvimento humano, em que vemos como a biologia dos seres humanos depende muito da interacção com o ambiente social e psicológico. Uma outra expressão para isto, utilizada pelo psiquiatra e investigador Daniel Siegel, da UCLA, é “Neurobiologia Interpessoal”. Esta interacção com o ambiente social e psicológico, ocorre em primeiro lugar com os pais, em segundo lugar com as pessoas importantes na nossa vida, e em terceiro lugar, com a nossa sociedade em geral. De notar, que isto ocorre especialmente durante o desenvolvimento do nosso cérebro, quando estamos vulneráveis, mas também vale para adultos e idosos.
Reflexo disto, são a maioria dos criminosos na sociedade. A grande maioria deles, foram vitimas de grandes traumas infantis, experiências emocionais de um nível incalculável, como sobreviver á tentativa de homicídio por parte dos pais… ou ter assistido à morte traumática dos pais. Este tipo de situações deixa marcas profundas numa criança, e, na maioria dos casos, acaba por se manifestar, mais tarde, também num comportamento agressivo e violento.
Os seres humanos, já viveram em quase todo o tipo de sociedades, essencialmente sociedades de caça e colecta, verdadeiramente igualitárias, com base na divisão de alimentos e troca de presentes, e foi assim que passaram a maior parte da sua história. Como consequência desta igualdade, temos obviamente uma sociedade com menos violência. Grupos organizados de violência, era coisa que não aconteceria naquele período da história, e com isto eu pergunto:
Onde é que foi que errámos?
A violência não é universal, não é simetricamente distribuída entre o ser humano. Há enormes variações no nível de violência em diferentes sociedades. Há sociedades praticamente sem violência, como os Amish, enquanto outras são auto destrutivas. É nestas sociedades que o ser humano recolhe influências teológicas, metafísicas, linguísticas, etc.… por exemplo, a USA, é uma das sociedades mais individualistas e, tal como o capitalismo, é um sistema que permite ao homem subir cada vez mais alto numa pirâmide em potencial, mas, a questão é que isto surge com cada vez menos segurança.
Por definição, quanto mais estratificada for a sociedade, menos pessoas se tem como par em relacionamentos verdadeiramente recíprocos e simétricos. Em vez disso, temos apenas posições diferentes, e hierarquias infindáveis. Um mundo com menos parceiros recíprocos, é um mundo com menos altruísmo.
Portanto, numa sociedade baseada na competição e, muitas vezes, na exploração implacável de um ser humano por outro, o acto de lucrar com os problemas alheios e, muitas vezes, a criação de problemas com o propósito de obter lucro, é um comportamento que a ideologia dominante muitas vezes justifica apelando a uma natureza humana fundamental e imutável. Assim, o mito na nossa sociedade, é que as pessoas são competitivas por natureza, e que são más, individualistas e egoístas.
A verdadeira realidade, é o oposto!
A única forma de falar concretamente sobre natureza humana, é reconhecendo que há certas necessidades humanas. Temos a necessidade humana de companheirismo e contacto intimo, de sermos amados e respeitados, de sermos vistos, aceites e recebidos por aquilo que somos. Se essas necessidades são atendidas, evoluímos para pessoas compassivas, cooperativas e empáticas para com os outros. Então, o oposto, que cada mais vemos na sociedade, é, na realidade, uma distorção da natureza humana, precisamente porque tão poucos têm as suas necessidades atendidas.
Portanto sim, podemos falar de natureza humana, mas apenas no sentido de necessidades humanas, que levam a certos traços de personalidade se forem atendidas, e a um diferente conjunto de traços, se forem negadas!

A escolha é sua... É uma escolha entre medo e amor!


From Zeitgeist Moving Forward

http://www.youtube.com/watch?v=-LspMPfgpGM

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O QUE ESCONDE O EURO

Pensamos ter "dinheiro nosso" na mão quando seguramos uma nota de Euros. Porém, não é "nosso", nem sequer dinheiro. O dinheiro só o foi verdadeiramente enquanto o seu valor correspondia a um metal, normalmente Ouro. Estávamos então na moeda padrão-ouro.
Hoje o dinheiro em papel é apenas uma emissão de notas promissoras de pagamento, que uns transmitem a outros. O seu valor depende da nossa aceitação. Ora, as notas de Euro, embora cheias de símbolos de organizações secretas, nada nos dizem quanto a quem nos devemos dirigir para trocar estes "papelinhos de promessas" por dinheiro (ou seja, ouro). E a verdade é que todo o sistema assenta no seguinte: a moeda actualmente em circulação chama-se fiduciária, fidus de confiança, a confiança de que poderemos trocar essas notas e moedas por Ouro numa qualquer instituição bancária.
Antigamente, as notas ainda diziam que prometiam pagar ao portador uma certa quantia em ouro. Hoje já não prometem nada. Apenas valem, porque as passamos uns aos outros, na esperança de que o próximo as aceite.
Fala-se muito em reservas de ouro, para tranquilizar os preocupados, mas é provável que esse ouro já não exista.

Senão vejamos: as reservas de ouro dos Estados Unidos da América, oficialmente são 8.133,5 toneladas. Como esta nação se endividada por hora em mais de 800 milhões de dólares acima do que produz e já tem uma dívida de triliões de dólares, facilmente se conclui que o seu ouro é fumo de um império falido. A sua venda apenas sustentaria alguns dias dos custos da sua máquina de guerra e nada resolveria.
A República Federal Alemã, grande campeã em sustentar outros, possui, oficialmente, uma reserva de 3.417 toneladas de ouro. Trata-se do resultado do seu grande esforço no pós-guerra em reerguer um país e garantir a cobertura do Marco Alemão. O que, porém, a maioria dos alemães não sabe, é que foram obrigados pelos aliados vencedores a depositar o ouro alemão nos Estados Unidos da América. Estiveram durante décadas em Fort Knox e passaram, há poucos anos, para os subterrâneos de uma das Torres Gémeas de Nova Iorque. Com a queda das torres, estranhamente, também desapareceu o ouro alemão. Mesmo danificado ainda lá deveria estar. Porém nada se encontrou! (Supõe-se que tenha sido levado, por caravanas, para as grutas do Pamir). Silverstein, o arrendatário do World Trade Center, conseguiu duplicar o valor da apólice de seguro das torres antes da demolição das mesmas…
Resta-nos a França.
A França tem, oficialmente, uma reserva de 2.622,3 toneladas de ouro, estranhamente depositado durante a Guerra-fria, nos Estados Unidos da América. Quando DeGaulle quis levar de volta para a França o ouro da Nação Francesa, foi militarmente impedido pelos americanos. A ruptura entre os EUA e a França foi tal que a França saiu da NATO, mas os americanos ficaram com o ouro francês!

Então onde é que está a cobertura do Euro?
Itália tem uma reserva oficial de 2.451,8 toneladas de ouro, mas não dizem onde está. Consta que também foram para o Fort Knox, nos Estados Unidos (estranhamente também consta que Fort Knox já foi esvaziado).

Portugal entrou na UE com as suas reservas de ouro. A "pesada herança" dos governos de Salazar e Caetano, deixaram um país sem hipotecas, que não devia a ninguém e possuía o seu Escudo, então a 6ª moeda mais forte do mundo. A sua constante garantia estava na cobertura em ouro das notas emitidas: 866 toneladas de ouro, nos cofres do Banco de Portugal. Pelas últimas informações, restam apenas 382,6 toneladas e não se menciona se estão hipotecadas ou não. Seja como for, certamente não é no ouro português que se apoia a cobertura do Euro.
Encontramos pequenas letras nas notas do Euro que nos dão que pensar. Antes do número em cada nota, encontra-se uma letra. Nada nos disseram, mas esta indica o país onda a nota foi emitida. Assim temos:
- A letra, indicando a emissão na Áustria, o "N".
- A da Bélgica, o "Z".
- A da Finlândia, o "L".
- A da França, o "U".
- A da Alemanha, o "X".
- A da Grécia, o "Y".
- A da Irlanda, o "T".
- A da Itália, o "S".
- A do Luxemburgo, o "R".
- A da Holanda, o "P".
- A da Espanha, o "V".
- E a de Portugal, o "M".

Com estas indicações, podemos saber facilmente o país de origem da emissão das notas de Euro, que passam pelas nossas mãos.
O que, porém, também não nos indicaram, é o facto de nem todos os países puderem emitir todos os tipos de notas. Assim, por exemplo, não se deu o direito a Portugal de emitir notas de 200 Euros e de 500 Euros. A Espanha, porém, já é considerada membro com peso suficiente para as poder emitir.
Uma "união" que se compõe de membros de 1ª, 2ª ou até de 3ª categoria, não é união nenhuma, mas apenas um comboio de diferentes classes. Não é a 2ª ou a 3ª classe que decide para onde vai e em que velocidade, mas sim o "maquinista".
A nossa locomotiva, porém, não está em mãos europeias, parece ter sido tomada por associações secretas, de interesses globais, não europeus. E com isto devo dizer duas coisas:

A Alemanha, não se encontra em mãos alemãs ou europeias, mas ainda debaixo da Comissão de controlo americana, que a trata como território ocupado e vassalo. Na realidade, a ausência de um Tratado de Paz e a ilegalidade da instalação de um regime em território de outrem, significa que o Reich continua a existir (facto reconhecido pelas mais altas instâncias jurídicas da RFA!). A RFA não é a Alemanha, nem geográfica, nem política, nem juridicamente.
A entrada de Chipre e da Turquia são um passo no sentido de abarcar o Estado de Israel na União Europeia o qual apresentou a sua candidatura, através de Berlusconi, que chefia um lobby neste sentido. A lavagem cerebral das massas europeias já foi devidamente preparada para a NOVA EUROPA, com capital em Jerusalém. Há anos que Israel faz parte do Festival da canção Europeia. Também faz parte dos Campeonatos de Futebol, dos de Andebol e de Equitação Europeus. Como também se torna visível o plano de expulsão dos Palestinos e da tomada do Líbano (o que impõe a prévia queda do Iraque e da Síria), para o Grande Israel se tornar Estado vizinho da Turquia e, assim, geograficamente, se juntar à NOVA EUROPA

Quando se diz que culturalmente Israel estará mais ligado à Europa do que ao Médio Oriente como razão para justificar a sua entrada na Europa, então também devíamos deixar entrar a Austrália e o Canadá, onde também isso ainda mais se verifica.

Voltando às notas do Euro, elas mostram umas letrinhas, começando com "BCE". Trata-se da indicação do Banco Central Europeu, traduzido em diversas línguas. As próprias notas estão copyrighted (procurem o © na nota) a seu favor pelo que essa é a razão pela qual não a podem copiar. A nota, propriedade intelectual?
Por outro lado, observem o seguinte... Os 12 países da UE sujeitaram-se à "Moeda Única". As notas são iguais para todos. Porém, cada país mantém o direito de criar uma das faces das moedas. Mesmo nestas faces nacionais foi imposto a "argola com estrelinhas da U.E.", como cercadura. Enquanto uns países escolheram como centro monumentos ou poetas célebres, Portugal optou por colocar o selo rodado de D. Afonso Henriques, os 7 castelos e os 5 escudos com as chagas de Cristo, como símbolo nacional.

O Presidente do BCE, o holandês Wim Duisenberg de grande prestígio internacional, não concordou com o que estava a acontecer à Europa. Tirou as suas consequências, saiu do seu posto, e deu uma entrevista a um redactor dum jornal britânico. Dias depois, este último, foi encontrado morto na cama (na Grã-Bretanha) e o corpo do ex-presidente do BCE foi encontrado a boiar numa piscina, em França. Desnecessário será dizer que o artigo da entrevista nunca viu a luz do dia…
Mesmo assim, são cada vez mais as vozes que, abertamente, proclamam ser o Euro uma aberração e apenas servir como degrau para a instalação dum Governo Único Mundial , como aliás também o é o AMERO, nome da futura moeda que se pretende adoptar para o conjunto da North American Union (Canada-EUA-México).
Diversos jornais austríacos, suíços e alemães, publicaram recentemente um grande anúncio de conferências sobre esta temática, a realizar em breve. O palestrante principal é o conhecido Professor Universitário, Prof. Dr. Wilhelm Hankel. Trata-se do ex-presidente do Banco do Estado de Hessen, Chefe do Gabinete "Dinheiro e Créditos" do Ministério do Comércio da República Federal Alemã, e actualmente Professor para Desenvolvimento e Política Financeira da Universidade de Frankfurt am Main. O título dado às suas palestras próximas é: "A Europa está sem Futuro com o Euro: Proposta para a reintrodução das moedas nacionais".

Felizmente, Portugal guardou todas as suas moedas do Escudo. Estão a ser guardadas, por forças militares. A RFA quis vender a Portugal máquinas destruidores de moedas. Portugal não as comprou! A RFA até propôs oferecer a Portugal algumas destas máquinas! Portugal não aceitou! Enquanto nas grandes cidades alemãs se podia andar de graça nos carros eléctricos, que continham máquinas que trocavam os marcos alemães (introduzidas pela Comissão de Controlo dos Aliados, vencedores de uma guerra que ainda não obteve Tratado de Paz), recolhiam-se em Portugal os escudos para os guardar em local secreto.
7) Por outro lado, a grande maioria dos media europeus mantém-se calada em relação ao aparecimento de formas de pagamento regionais, dentro da zona do Euro. O jornal suíço “ZEIT-FRAGEN” (edição de 15 de Dezembro 2008, 16º ano, nº 51), porém, dedicou as suas primeiras duas páginas exclusivamente a este assunto.
Informa que já existem em circulação 16 moedas regionais, e com crescente aceitação por parte das populações.

Os benefícios regionais são de tal ordem, que, facilmente, podem substituir o Euro, quando tal for considerado conveniente.
Por exemplo, as cédulas, também consideradas vales, denominadas “CHIEM-GAUER “, que de momento já existem em 640 estabelecimentos comerciais nesta zona da Alta Bavária, que aderiram aos pagamentos em notas de Chiemgauer.
 
Os “Chiemgauer são vales regionais, emitidos com a classificação: “Vereins-interner Régio-Gutschein”, ou seja, vales internos de uma associação regional. São emitidos nos valores de 1, 2, 5, 10, 20 e 50 Chiemgauer, atribuindo-se a cada Chiemgauer o valor de um euro.
O Governo Alemão Federal não sabe o que deve fazer. Se proíbe a circulação, tem parte da população bávara contra si, o que é politicamente inconveniente. Se permite a sua circulação, age contra ordens secretas de Bruxelas, que, preferivelmente não são mencionadas em público. Como a circulação dos Chiemgauer, é “apenas” de três milhões de euros por ano, consideram que o assunto não requer especiais cuidados.
Onde está a diferença entre o Chiemgauer e o Euro? A associação que emite o Chiemgauer assume o dever de reaceitar estes vales e de os pagar em euros. Nos euros, porém, ninguém assume responsabilidade de nada!
A troca de Chiemgauer por euros tem, porém, um grande senão! Sofre uma desvalorização de 5%. Assim, quem tiver 100 Chiemgauer, que só têm validade na região do Chiemgau, vai ter de os gastar nesta região, para não perder os tais 5%. Não faz sentido levá-los para fora, pois não possuem valor e para os cambiar em euros perdem-se 5%. Com este sistema, levantou-se a Alemanha nos anos trinta, causando náuseas aos banqueiros globalistas, que não têm assim qualquer lucro.
Com a circulação do Chiemgauer, fica o dinheiro na região, circulando do padeiro para o sapateiro e deste para outro trabalhador, que, de novo, o gasta no talho ou qualquer outro comércio da vila. Para evitar que alguém acumule esta riqueza criada pela força do trabalho real, limitou-se a sua circulação pelo espaço de três meses, datando todos os vales. Assim, os mesmos têm de ser gastos ou trocados, neste último caso com uma perda de 5%.
A aberração de tudo isto torna-se cada vez mais clara, quando se nota que tudo está montado de acordo com o sistema soviético, com comissários não directamente eleitos, que não são responsabilizados pelos seus actos perante ninguém.
Com o derrube das fronteiras, propagou-se a instabilidade social, com consequências dramáticas. E com a desculpa de por termo às mesmas, prepara-se agora um assalto estatal aos cidadãos, através da utilização das notas do Euro.
Em início de Outubro de 2008, lançou-se uma operação surpresa na maioria dos aeroportos alemães, inspeccionando-se os passageiros (obrigando muitos a despirem-se até), para verificar quanto dinheiro levavam consigo. Tinha surgido uma directiva de Bruxelas e ninguém deve andar com mais de 7000 Euros. Todas as quantias superiores a esta foram confiscadas até que os seus possuidores pudessem explicar a origem do dinheiro e a razão para andarem com ele. Os comissários de Bruxelas querem o controlo orwelliano sobre a circulação do dinheiro. Com a desculpa de procurarem dinheiro de droga ou de lavagem de dinheiro, metem as suas mãos sujas nos bolsos dos cidadãos e no dinheiro deles, produto do seu trabalho e que ao "insectóides" nada diz respeito.
Semanas antes mandaram parar 5000 viaturas numa estrada muito movimentada em França e examinaram o conteúdo das mesmas, à procura de tudo o que fosse ilegal, incluindo qualquer quantia de dinheiro considerada suspeita. O montante máximo permitido era o de 7000 Euros. Porém, quando alguém vestido com calças de ganga e sapatos de ténis tinha na sua posse quantias inferiores, confiscaram as mesmas para os obrigar a provar a sua origem, dado que a mesma lhes parecia "suspeita".
Para verem até onde vai o controle, está em discussão a criação de novas notas de 200 e de 500 Euros, com a implantação de um chip que faz apitar a sua presença em detectores especiais, que se tencionam instalar em estações ferroviárias, portos e aeroportos.

E a propósito de controlo, vejam as novas medidas “transparentes” da União Europeia, que declararam o défice Português em 8,6%, e não nos 7,3% previstos…
O FMI, não passa de mais uma dívida que o país já endividado vai contrair.




 Fontes:
http://www.zeitgeistportugal.org/capitulo/index.php?option=com_kunena&func=view&catid=16&id=8243&Itemid=56

Mais informação:
www.insurancejournal.com/news/national/2004/12/07/48289.htm

www.forbes.com/2003/09/11/cx_da_0911silverstein_print.html

video.google.com/videoplay?docid=-7750532340306101329#

video.google.com/videoplay?docid=-775053...-4779078755753451581

www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?p...ERV&detail=1-060

www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?p...//EN&language=LV

oglobo.globo.com/economia/mat/2010/12/03...roximo-923181965.asp

www.dr-hankel.de/

www.zeit-fragen.ch/

www.chiemgauer.info/

www.regiogeld.de/

www.fleur-de-coin.com/eurocoins/rfid.asp

www.eetimes.com/electronics-news/4164053...d-RFID-chips-by-2005

news.cnet.com/2100-1017-1009155.html